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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

[Opinião] "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry (Porto Editora)


Sinopse:

Uma história intemporal destinada a todas as crianças: as que ainda o são, as que já o foram um dia e as que nunca deixarão de o ser.
Uma edição que, pela primeira vez em Portugal, fixa texto e ilustrações de acordo com a edição original de 1943.

A coleção Educação Literária reúne obras de referência da literatura portuguesa e universal indicadas pelas Metas Curriculares de Português e pelo Plano Nacional de Leitura.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 112
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-72669-8
Coleção: EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Opinião:

"O Principezinho" é um daqueles livros que a grande maioria da população já leu e que faz parte do imaginário de todas as crianças. Honestamente, sempre tive vontade de o ler e só agora é que consegui fazê-lo. Mais uma das minhas falhas enquanto leitora, eu sei.

Com o surgimento do Plano Nacional de Leitura e dos programas curriculares com mais livros e tentativas de criação de hábitos de leitura, "O Principezinho" passou a figurar como leitura recomendada para o 6º ano de escolaridade.

A Porto Editora lançou uma nova edição desta grande obra da literatura. Neste livro contamos com um prefácio escrito pelo autor português Valter Hugo Mãe.

Escrever livros infantis é uma missão complexa e que realmente coloca o escritor numa posição complicada para atrair o leitor e captar o interesse do mesmo e acima de tudo a sua imaginação. Antoine de Saint-Exupéry conseguiu isso mesmo e o seu livro tornou-se uma referência literária.

"O Principezinho" é um livro muito interessante e repleto de humor e nos mostra o mundo segundo os olhar de uma criança e a sua percepção do que o rodeia.

A criança que vemos no livro procura compreender o mundo da "Gente Crescida" e acaba por nos mostrar coisas ridículas que fazemos, e as respostas que por vezes damos às crianças que não são satisfatórias.

As ilustrações são lindíssimas e o livro lê-se facilmente. Este é um livro que faria as delícias dos leitores de todas as idades.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

[Opinião] "Dora Bruder" de Patrick Modiano (Porto Editora)


Sinopse:

Anos atrás, o narrador deparara-se com um anúncio publicado no Paris-Soir de 31 de dezembro de 1941: «Procura-se uma rapariga, Dora Bruder, de 15 anos…» Quem era Dora Bruder? Desde esse dia, o destino da jovem judia enredada nas malhas da ocupação nazi nunca mais o largou, obcecado que estava em reconstruir a sua história até aos momentos finais no campo de Auschwitz.

Este livro (como, aliás, toda a obra do autor) é assim um combate contra o esquecimento, uma afirmação portentosa dos caminhos redentores da memória - contra tudo aquilo que nos macula e destrói. Com ele, Modiano escreveu porventura a sua melhor obra - e uma das mais notáveis da moderna literatura francesa.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 112
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04721-2

Opinião:

Há livros que são clássico e livros que temos de ler porque sabemos que estes nos vão marcar de alguma forma e nos fazer em pensar acercada própria condição humana. São estes livros que têm de estar em qualquer biblioteca, seja esta pública ou privada. "Dora Bruder" é um desses livros. Li-o ontem à noite e fiquei rendida à escrita de Patrick Modiano. Após ter devorado este livro compreendi de uma forma plena o motivo para este ter sido galardoado com o prémio nobel da literatura no ano passado.

Este livro nasceu de uma questão que o autor colocou a si próprio (após discussão com um amigo) quando viu um anúncio de jornal: "Quem era Dora Bruner?". Escrito para o autor encontrar uma possível resposta, este leva-nos a pensar na fragilidade da vida humana e o flagelo que foi a Segunda Guerra Mundial e quantas mais Doras existiram por essa Europa fora e que foram integradas num número esquecendo-se  que elas também eram indivíduos que um dia viveram, que amaram e que sofriam e o final das suas vidas foi passado em dor e sofrimento num campo onde sabiam que muito provavelmente acabariam numa vala comum ou num forno, já que toda a sua identidade lhes tinha sido retirada.

Um relato emotivo que vai mexer com o leitor e com a sua noção do Holocausto, dando-nos uma visão mais pessoal deste. Vemos uma menina que tinha toda a vida pela frente a ser vítima de um regime totalitário que era dirigido por um louco.

"Dora Bruner" é um livro muito intenso e a forma de escrever de Modiano é bastante crua e sem grandes floreados, o que permite ao leitor uma melhor compreensão da história e uma leitura rápida.

Este livro não é um livro cuja leitura termine com a última página mas é sim um livro que nos vai acompanhar e ponderar acerca da vida bem depois de o termos pousado.

"Dora Bruner" é um dos melhores livros que alguma vez li. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

[Opinião] “A hora das Sombras” de Johan Theorin (Porto Editora)


Sinopse:

Numa manhã de Setembro de 1972, na remota ilha de Öland, na Suécia, o pequeno Jens aventura-se na densa névoa, movido pelo desejo de explorar o mundo para além do jardim dos seus avós maternos; não regressaria mais a casa. Depois de vasculhada toda a ilha, a Polícia convence-se de que o menino terá caído ao mar e morrido afogado.

Vinte anos mais tarde, a mãe, Julia, recebe uma chamada inesperada do pai, um reformado mestre de embarcações, a residir ainda em Öland, dizendo-lhe ter recebido nessa mesma manhã uma encomenda anónima com uma das sandálias que Jens calçava naquele dia fatídico.

À luz de novas provas, é forçoso que Julia regresse à ilha para encetar novas investigações. Apesar de contrariada, acaba por aceitar o regresso à terra onde cresceu e, depressa, pai e filha se verão enleados num puzzle que os retém presos ao passado. Pela primeira vez, Julia ouve falar de um personagem mítico de Öland, um tal Nils Kant, que em tempos fora o homem mais temido. Mas há muito que Nils está morto e enterrado. Antes mesmo do desaparecimento de Jens. Não obstante, há gente que afirma tê-lo visto deambular pela charneca ao cair da noite…

A Hora das Sombras marcou a estreia literária de Johan Theorin com um thriller que deixa o mesmo sabor amargo típico da inquietude presente nas obras-primas de Hitchcock.

«Se gostou de Stieg Larsson, tem de experimentar um escritor sueco muito melhor: Johan Theorin.»

The Observer

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 384
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04378-8
Idioma:                Português

Opinião:

O que uma mãe não faria para descobrir o que aconteceu ao seu filho? Esta é a premissa do livro “A Hora dasSombras” de Johan Theorin. Este é o seu romance de estreia e que se tornou um sucesso mundial. O público português já se rendeu aos policiais nórdicos e, assim, este livro vai saciar as curiosidades dos fãs incondicionais deste autor.

Quando temos uma mãe desesperada que há anos procura saber a verdade acerca do paradeiro do seu filho, que desapareceu 20 anos antes. O mistério destruiu a vida de Júlia e esta tenta agora descobrir a verdade com a ajuda do seu pai.

O livro começa com o desaparecimento de Jens, e mostra como as nossas escolhas podem mudar a nossa vida e afectar todos os que nos rodeiam de uma forma inevitável. A evolução da história é lenta mas o interesse do leitor é mantido porque pequenas revelações e pormenores que o autor coloca ao longo da história nos guiam para um suspeito mas deixa sempre em aberto uma questão, um “E se?” que não esperávamos e que poderá alterar tudo.

Joahn Theorin, consegue captar em pormenor e de uma forma profunda, a destruição do interior de uma mulher que perde um filho. A sua necessidade de saber o que aconteceu, de ver tudo esclarecido e que bloqueia as decisões que toma na vida.


Um excelente livro, vibrante e viciante, uma excelente oferta de natal.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

[Opinião] “Díli – A cidade que não era” de Dom Filipe Ximenes Belo, SDB (Porto Editora)


Sinopse:

Os alicerces da construção de Díli espelham-se neste livro numa vasta tela da memória que se estende desde tempos imemoriais à modernidade. De pequena aldeia piscatória a cidade cosmopolita, esta narrativa acompanha de perto o caminho percorrido ao longo de 150 anos pela primeira e única cidade de Timor-Leste. Nestas páginas testemunha-se também o silêncio das ruínas que, longe de perpetuarem o fim, anunciam a revelação do início da cidade que não era.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 144
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-06289-5
Idioma: Português

Opinião:

Timor Leste é um país muito acarinhado por muitos portugueses e pouco sabemos da sua história e da sua capital Díli. É algo que está longe que só faz parte da nossa história actual, para muitas pessoas.

Este livro vai alargar os nossos horizontes e nos mostrar a realidade que é esta cidade, a única do país e que tem uma larga história que, em muito, ultrapassa a intervenção portuguesa no território.

Este é um relato sentido, escrito por um homem que conhece a sua terra e que lutou pela sua independência tentando alertar o mundo para uma realidade que se negava a reconhecer.

É um livro cheio de curiosidades e história que nos mostram um povo e uma cidade que resistiu ao teste do tempo e se manteve mesmo em tempos conflituosos.

Díli a Cidade que não era” é um livro que nos mostra uma realidade que nos escapou e que nos vai mostrar o passado e um desejo para um futuro risonho longe das sombras que se erguem neste momento.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

[Opinião] “A primeira regra dos feiticeiros - Parte II” de Terry Goodkind (Porto Editora)




Sinopse:

Esta é a primeira regra dos feiticeiros: as pessoas são estúpidas e acreditam no que querem acreditar

Richard e Kahlan têm uma missão: encontrar as caixas de Orden e frustrar os planos de Darken Rahl, cuja sede de vingança tem conduzido os seus mundos ao infortúnio e ao mais profundo dos abismos: se o malévolo governante conseguir o que deseja, a vida, tal como é conhecida, extinguir-se-á.

Mas o caminho que conduz à verdade, pavimentado com alianças inesperadas, segredos indescritíveis, traição e dor, não é certamente fácil… Em tempos sombrios, o seeker e a Madre Confessora serão obrigados a lutar contra os seus próprios sentimentos, contra aquilo que julgam conhecer e contra a sua própria natureza por forma a garantirem o futuro da humanidade.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 424
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04697-0

Opinião:

A primeira Regra dos Feiticeiros– Parte II” é a aguardada continuação das desventuras e aventuras de Richard, Kahlan e Zed na tentativa de derrotarem o terrível Darken Rahl. A situação está cada vez mais difícil e parece quase impossível que os nossos heróis consigam derrotar um homem tão negro e vil como o é este vilão.

Para quem viu primeiro a série e depois vai ler os livros tem de se preparar para muitas surpresas e momentos interessantes com twists que nos deixam de boca aberta, independentemente do que aconteceu na série.

Este segundo volume é uma excelente continuação ao primeiro que já foi criticado aqui no blog anteriormente e que nos deixou cheios de curiosidade. O final deste romance deixa-nos a pensar que haverá uma continuação e que ainda há coisas a apreender e compreender acerca de Richard e da sua história com as revelações do final do livro que nos fazem ficar de boca aberta e nos mostram um lado de Zed que não imaginávamos e que nos mostram que o amor é o mais importante e a magia mais forte que existe independentemente do mundo em que nos encontramos.

Aqui vemos o evoluir da história e com esta a relação entre os dois personagens e que cada vez mais desejamos que se entendam e que acabem juntos, mas a verdade é que a Kahlan esconde um negro segredo que pode condenar toda a relação com Richard e tudo parece perdido depois da previsão de Shota. Será que tudo o que esta viu é verdade, ou será que a nossa interpretação dessa visão está errada?

Neste volume aparecem novas personagens, sendo que a minha preferida é a Rachel, a doce menina que aprendemos a amar e cujo futuro incerto nos deixa com o coração nas mãos esta criança é doce e meiga, sofreu bastante e vai ter um papel central na evolução da história.

“A Primeira Regra dos Feiticeiros” é um livro muito interessante e que nos leva a um mundo de demónios e magia em que o mistério e a curiosidade movem o leitor para seguirem os seus heróis nesta aventura.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

[Opinião] “Uma escolha imperfeita” de Louise Doughty (Porto Editora)



Sinopse:

Num tom intimista, pleno de emoção, erotismo e um suspense de tirar o fôlego, Uma escolha imperfeita é um romance surpreendente sobre como uma decisão impensada pode mudar o curso de uma vida para sempre.

Yvonne Carmichael trabalhou arduamente para conquistar o que sempre quis: uma invejável carreira na área da genética, uma casa fantástica, uma boa relação com o marido e dois filhos.

Um dia, cruza-se com um desconhecido e, num impulso, começa uma tórrida aventura amorosa - uma decisão que acaba por colocar em causa tudo o que sempre valorizou.

Yvonne acredita que conseguirá manter a relação extramatrimonial sem que tal venha a interferir na sua vida, tal como ela é. Só que, na verdade, ninguém consegue controlar o que acontecerá a seguir.

De conceituada e respeitada cientista a adúltera acusada dos mais variados crimes, Yvonne vê todos os seus planos desmoronarem-se numa espiral de desilusões e violência.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: setembro de 2014
Páginas: 376
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04702-1

Opinião:

Este é o primeiro romance que leio desta autora. Quando o vi a sua capa escura chamou-me a atenção, já que faz antever um romance inquietante e com suspense. Doughty não me deixou ficar mal nem as expectativas que criei.

A autora criou uma história que nos faz pensar nas nossas escolhas e como elas podem influenciar o nosso destino. A forma como o romance começa faz antever que algo correu mal na vida e Yvonne e que a levou ao local onde se encontra no momento inicial do romance e isso é uma boa aposta da escritora porque nos aguça a curiosidade acerca do que está acontecer e a criar uma necessidade de lermos o romance e compreendermos os eventos que levaram aquela personagem àquela situação e quem é a misteriosa pessoa que ela quer esconder e proteger.

Doughty cria uma história repleta de acção e sensualidade, com momentos mais tórridos e descrições intensas em que a autora não poupa detalhes e não teme chocar o leitor com certas passagens do livro.

Ivonne é a personagem central deste livro, uma mulher madura que vemos página após página a tomar decisões impulsivas e que não pondera bem sob as consequências dos seus actos, isto leva a que se coloque em situações complicadas e que não sabemos bem como ela vai conseguir sair destas. Por vezes assemelha-se a uma adolescente que toma inconsequentemente decisões importantes.

Ao longo do romance, há várias personagens masculinas que aparecem e que, de uma forma ou de outra, vão interferir na vida dela e cuja interacção vai definir momentos importantes ao longo do romance e decisivos para o desenrolar da acção. Como principal, temos o misterioso desconhecido com quem a Yvonne se envolve logo nas primeiras páginas do livro e que vão influenciar todo o desenrolar do livro e as situações complicadas em que esta se vai envolver. Neste romance o importante é ter em atenção os pormenores que podem ser importantes para compreendermos certas coisas.

Este é um romance sombrio com o seu misto de sensualidade e mistério.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

[Opinião] “A primeira Regra dos Feiticeiros” de Terry Goodkind (Porto Editora)


Sinopse:

Richard Cypher é um jovem guia em Hartland, à procura de respostas para o assassinato brutal do pai. Na floresta onde se refugia, encontra uma mulher misteriosa, Kahlan Amnell, que precisa da sua ajuda para fugir aos sequazes do temível Darken Rahl, governante de D’Hara, praticante da mais temível magia negra e um homem ávido por vingança.

Num golpe de verdadeira magia, Richard passa a deter nas suas mãos o destino de três nações e, sobretudo, da própria humanidade. O seu mundo, as suas crenças e a sua própria essência serão abalados e testados, à medida que Richard lida com amigos e inimigos, com a crueldade extrema e a compaixão dedicada, experimentando a paixão, o amor e a raiva, e o seu impacto na missão que lhe é imposta: ser aquele que procura a verdade.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 432
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04684-0

Opinião:

Eu sempre fui seguidora da série que se baseou nesta obra, e foi com bastante prazer que li este livro, relembrar certas partes e procurar as diferenças. Rever estas personagens foi muito interessante e positivo.

A primeira regra dos feiticeiros” leva-nos para um mundo separado por tenebrosas barreiras mágicas que são armadilhas mortais para quem delas se aproxima e de onde vêm animais violentos e perigosos.

Richard é um rapaz que se destaca dos outros da sua idade e isso sempre fez com que as pessoas confiassem nele mas também fez com que o invejassem muito. Ele é uma pessoa muito calma e com um enorme coração que procura sempre a verdade em cada situação e não descansa enquanto não a encontrar.

Kahlan é muito misteriosa e nos deixa a pensar em quais seriam as suas intenções. Ela é uma confessora e o seu papel ainda é um pouco obscuro neste livro, o que é mais marcante é o facto de todos os homens terem medo dela e do que ela faz.

Por seu lado, Zed tem-se revelado o que esperávamos de um feiticeiro, imprevisível e criando momentos extremamente cómico. Por vezes faz-me lembrar uma criança que descobre um brinquedo novo.

Darken Rahl por seu lado causa-me uma sensação má. É um vilão muito intenso que nos deixa com aquela vontade de o odiar.

A narrativa é envolvente e Terry Goodkind consegue criar um Universo credível do qual ficamos com poucas dúvidas acerca desde e que nos deixa com curiosidade de ler os seguintes.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

[Opinião] "O Amigo Anadaluz" de Alexander Söderberg (Porto Editora)


Sinopse:

Sophie Brinkmann é uma viúva que leva uma vida tranquila nos subúrbios de Estocolmo até conhecer Hector Guzman, um homem sofisticado e elegante. Ela não faz ideia de que sob o charme daquele homem se esconde algo sinistro. Hector é o cabecilha de uma organização criminosa. Ele está habituado a obter tudo o que quer, e o que ele agora quer é aniquilar os seus rivais.

Antes de se aperceber do verdadeiro mundo em que Hector se move, Sophie vê-se enredada numa implacável teia. Com a casa sob vigilância e a família em risco, em quem poderá ela confiar, quando a própria polícia é tão perigosa quanto os criminosos?

Neste primeiro volume da trilogia Brinkmann, Alexander Söderberg presenteia-nos com um magnífico romance sobre o mundo sórdido do tráfico de armas e droga, dando-nos ao mesmo tempo um retrato magistral da fragilidade humana.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 488
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04423-5

Opinião:

"O amigo andaluz" é o romance de estreia de Alexander Söderberg, também é o primeiro volume de uma trilogia, o que é bastante arriscado para um autor estreante que ainda tem tudo para provar e portanto esta opção do autor pode ser uma espada de dois gumes. A capa é algo de misterioso e nos deixa curiosos acerca da verdadeira história, a sinopse cativa a nossa atenção e queremos saber mais acerca do livro, ou seja é uma excelente sinopse, muito bem conseguida e atinge facilmente o seu objectivo.

Quando comecei a ler o livro fiquei um pouco confusa, já que existem imensas personagens e de várias nacionalidades e é inicialmente complicado seguir o fio à meada semnos perdermos e portanto é um livro para se ler com muita atenção para realmente compreendermos todos os eventos e todas as relações entre as personagens. O autor explora uma variada quantidade de personagens tipo que nos vão causar sentimentos opostos ao longo da leitura, amamos ou odiámo-los, mas não lhes ficamos indiferentes.

O romance nórdico tem vindo a se tornar uma literatura de referência neste género literário, e como não podia faltar, neste volume temos todos os elementos essenciais, homicidio, tráfico de droga  e guerras entre grupos rivais.

A personagem que mais detestei foi o Lars, por várias vezes tive uma enorme vontade de que ele desaparecesse do livro que ele saísse da história, apesar do seu papel ser bastante importante para o desenrolar da história.

Sophie é uma personagem que gostei, mas que me deixou um pouco confusa, pois adaptou-se muito rapidamente a um mundo a que não pertencia, muito se pode dever ao facto se ser viuva e mãe, mas parece-me que há lá algo mais que não sabemos.

Hector não tem um papel tão central como eu gostaria que tivesse, mas acabamos por compreender que até os maus da fita têm coração.

Tal como nos habituamos nestes autores nórdicos, o livro está escrito de uma forma simples e directa sem muitos floreados e sem medo de ferir susceptibilidades. Pelo que se recomenda que este seja lido tendo em consideração esse facto. Apesar da evolução lenta inicialmente, o autor acaba por ganhar um ritmo próprio ao qual nos habituamos facilmente.

Um excelente inicio de trilogia que nos vai deixar a todos vidrados e curiosos acerca do ques e segue.

sábado, 19 de julho de 2014

[Opinião] “As Raparigas Cintilantes” de Lauren Benkes (Porto Editora)



Sinopse:

Dizem que o que não nos mata torna-nos mais fortes. E se a morte voltar para tentar de novo?

CHICAGO, 1931: Harper Curtis, um vagabundo paranoico e violento, dá de caras com uma casa que possui um segredo tão chocante como a natureza distorcida de Curtis: permite viajar entre o passado e o futuro. Ele usa-a para perseguir as suas raparigas cintilantes - e tirar-lhes o brilho de uma vez por todas.

CHICAGO, 1992: Diz-se que o que não nos mata nos faz mais fortes. Experimente dizê-lo a Kirby Mazrachi, cuja vida ficou devastada depois de sofrer uma brutal tentativa de assassínio. Continua a tentar encontrar o agressor, tendo como único aliado Dan, um ex-repórter de crime que cobrira o seu caso anos antes.

À medida que prossegue a sua investigação, Kirby descobre as outras raparigas, as que não sobreviveram. Os indícios apontam para algo… impossível. Mas para alguém que devia estar morto, impossível não significa que não tenha acontecido.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 344
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04496-9

Opinião:

As Raparigas Cintilantes” é um romance intenso e complexo que exige que o leitor esteja muito atento aos pormenores  e a todas as pistas que Lauren Benkes nos vai colocando ao longo do livro.

Quando começamos a ler este livro sentimos aquela sensação de que há algo de estranho, algo que não está explicado e que temos de compreender porque falha algo que está mesmo debaixo dos nossos narizes e que não conseguimos ver inicialmente. Para mim, este foi o principal motivo para eu continuar a ler. A autora conseguiu captar a minha atenção e curiosidade.

Aos poucos vamos conhecendo mais o Universo criado pela autora e os seus eventos são credíveis. Esta consegue fazer com que viagens no tempo sejam algo aceitável e real.

Harper é um mistério que tentamos decifrar, queremos saber o que o motiva, o que o leva a matar. E porque é que ele as chama de raparigas cintilantes. Como é que ele as encontra?

Admirei bastante a personagem da Kirby e como ela não se deixa ficar como vitima e tenta compreender o que lhe aconteceu. Ela quer saber quem é o verdadeiro responsável. Conforme ela vai descobrindo a verdade, ela tem de lutar com uma realidade impossível.

A autora mostra-nos a história de vários pontos de vista e isso permite-nos criar laços com cada uma delas e também compreender melhor a história.

Raparigas Cintilantes” é um excelente livro que une o thriller com a ficção científica de uma forma perfeita e subtil, despertando a imaginação e a curiosidade do leitor. Este é um livro para ler e reler várias vezes ao longo da vida pois cada leitura nos vai trazer alguma coisa diferente.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

[Opinião] “O Lugar do Coração” de Emily Giffin (Porto Editora)



Sinopse:

Marian Cladwell é uma produtora de televisão de 36 anos que vive uma ‘vida de sonho’ em Nova Iorque.
Com uma carreira fulgurante e uma relação amorosa perfeita, todos à sua volta - e também ela própria - consideram que Marian tem a vida que sempre quis ter.
Mas, uma noite, alguém lhe bate à porta … e ela dá de caras com Kirby Rose, uma rapariga de 18 anos que traz a chave para um passado que Marian pensava ter encerrado há muitos anos.
A partir deste momento, toda a organizada e bem-sucedida vida de Marian será profundamente abalada com o reavivar de memórias e de uma antiga paixão que parecem ameaçar tudo o que ela construiu.
Marian e Kirby embarcam assim num processo de redescoberta e de reavaliação e vão perceber que o lugar a que verdadeiramente pertencemos é, por vezes, o menos óbvio e provável.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 408
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04617-8

Opinião:

O mais recente romance de Emily Griffin intitula-se “O Lugar do Coração”, uma das mais recentes apostas da Porto editora e que é o terceiro livro desta autora publicado por esta editora.

O que mais me cativou nesta história foi o facto desta poder ser a vida de uma amiga nossa, da nossa filha ou de uma qualquer pessoa que passe por nós na rua. Não é inverosímil que uma criança que tenha sido dada para adopção acabe por bater à porta da pessoa que, por um ou outro motivo, teve de a dar para a adopção. O realismo é tal que a autora consegue envolver de uma forma bastante eficaz e positiva os leitores que se conseguem identificar com bastante facilidade com algum dos personagens tão bem trabalhados por esta.

Marian é uma mulher muito forte e desde as primeiras páginas do livro nos parece muito segura de si e muito forte. Mas ao longo do romance vamos conhecendo o seu lado mais frágil e nos apercebemos das suas inseguranças, as quais ocultou durante anos de todos os que a conheciam com bastante mestria e facilidade. Por seu lado Kirby é uma adolescente que sempre se sentiu alienada dos outros e sempre se interrogou acerca da sua origem e de onde viria, queria saber quem eram os seus pais o que levou a a darem para a adopção. Esta vai florir ao longo do romance e descobrir que a vida nem sempre é preto e branco.
Das duas personagens masculinas na vida de Marian, o Conrad e o Peter, a inha preferida é o Conrad. Este é um homem muito mais simples e sem qualquer pretensão nem egocentrismo e isso torna-o, na minha opinião, mais atraente e também a descrição que a autora faz deste nos deixa imediatamente de queixo caído e embasbacadas. Por seu lado Peter, acaba por me parecer muito egocêntrico em relação à situação que a Marian está a passar e não lhe dá o apoio que deveria, caso gostasse mesmo dela.

A grande aposta desta autora foi escrever o romance na primeira pessoa e no ponto de vista da mãe e da filha, isto permite ao leitor uma maior introspecção e ligação com ambas e nos deixa com uma melhor compreensão dos acontecimentos e das motivações.

Ao longo do romance temos momentos emotivos. Há alturas em que sorrimos e outras em que nos deixa perto das lágrimas e isso é o que faz uma boa história ser memorável. Este é um dos livros que me vai sempre apetecer reler.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

[Opinião] “A Improvável Viagem de Harold Fry” de Rachel Joyce (Porto Editora)


Sinopse:

Para Harold Fry os dias são todos iguais. Nada acontece na pequena aldeia onde vive com a mulher Maureen, que se irrita com quase tudo o que ele faz. Até que uma carta vem mudar tudo: Queenie Hennessy, uma amiga de longa data que não vê há vinte anos, e que está agora doente numa casa de saúde, decide dar notícias. Harold responde-lhe rapidamente e sai para colocar a carta no marco do correio. No entanto, está longe de imaginar que este curto percurso terminará mil quilómetros e 87 dias depois. E assim começa esta improvável viagem de Harold Fry. Uma viagem que vai alterar a sua vida, que o fará descobrir os seus verdadeiros anseios há tanto adormecidos e sobretudo vai ajudá-lo a exorcizar os seus fantasmas.

Com este seu romance sobre o amor, a amizade e o arrependimento, A improvável viagem de Harold Fry, que recebeu o National Book Ward para primeira obra, Rachel Joyce revela-se uma irresistível contadora de histórias.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 312
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04579-9
Idioma:                Português

Opinião:

“A improvável viagem de Harold Fry” é o romance de estreia de Rachel Joyce, com o qual a autora venceu o National Book Award. Um prémio que revela todo o talento da autora e a traz até ao público em geral. Ninguém consegue ficar indiferente a este romance e às suas personagens que nos cativam desde o primeiro momento.

Tudo começa com uma carta que chega às mãos de Harold Fry. Este e a sua esposa vivem presos na rotina e já quase que não têm qualquer ligação entre eles, são dois estranhos que habitam a mesma casa. O tempo e as circunstâncias da vida acabaram por afastá-los e nada fizeram para lutar contra essa situação. Estão acomodados à vida que levam e nada pode alterar como se sentem e como vivem até à chegada do carteiro naquela terça-feira. A vida destas duas personagens vai mudar nesse dia e, cada um à sua maneira, vão ter de enfrentar os fantasmas do seu passado e voltar a encontrar-se no presente.

A autora consegue-nos captar a atenção quando lemos as páginas, não nos revela logo a história toda ficamos com muitas perguntas que Rachel Joyce vai respondendo ao longo do livro e que nos fazem compreender melhor cada uma das suas personagens e as suas atitudes. A principal de todas as minhas questões foi: Quem é que foi Queenie e qual é a sua relação com Harold? Sabemos que a relação tem de ser muito forte porque se não o fosse nunca este teria caminhado para a salvar.

Uma coisa que achei muito interessante, foi o início do livro quando a autora nos apresenta o percurso de Harold no mapa e vemos a longa jornada que ele tem pela frente. Rachel aborda imensos temas actuais e que nos fazem pensar na vida.


Um excelente livro que nos vai deixar agarrados e que nos vai fazer sentir intensamente tudo o que as personagens passam, fazendo-nos chorar com elas e também rir. Este é um livro a não perder.

sábado, 29 de março de 2014

[Opinião] “Convergente” de Veronica Roth (Porto Editora)


Sinopse:

Uma escolha
Pode transformar-te
Uma escolha
Pode destruir-te
Uma escolha
Vai definir-te

A sociedade de fações em que Tris Prior acreditava está destruída - dilacerada por atos de violência e lutas de poder, e marcada para sempre pela perda e pela traição. Assim, quando lhe é oferecida a oportunidade de explorar o mundo para além dos limites que conhece, Tris aceita o desafio. Talvez ela e Tobias possam encontrar, do outro lado da barreira, uma vida mais simples, livre de mentiras complicadas, lealdades confusas e memórias dolorosas.

Mas a nova realidade de Tris é ainda mais assustadora do que a que deixou para trás. As descobertas recentes revelam-se vazias de sentido, e a angústia que geram altera as vontades daqueles que mais ama.
Uma vez mais, Tris tem de lutar para compreender as complexidades da natureza humana ao mesmo tempo que enfrenta escolhas impossíveis de coragem, lealdade, sacrifício e amor.

Alternando as perspetivas de Tris e Quatro, Convergente, encerra de forma poderosa a série que cativou milhões de leitores em todo o mundo, revelando por fim os segredos do universo Divergente.

Prémios

Veronica Roth foi considerada a melhor autora pelo GoodReads Choice Awards em 2012. Divergente foi eleito o melhor livro de 2011 e Insurgente o melhor livro de fantasia para jovens-adultos em 2012, pela mesma entidade, a única cujas distinções são atribuídas exclusivamente pelos leitores.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 416
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04383-2

Opinião:

Foi em 2011 que Veronica Roth conquistou o mundo literário com o seu romance de estreia “Convergente”. A minha curiosidade acerca da obra desta autora chegou mais tarde, no ano passado quando comecei a ler distopias e esta foi uma das que me chegou às mãos. Depois de ler o primeiro volume fiquei com curiosidade de ver o que se passava de seguida e portanto li o segundo volume “Insurgente”. Finalmente, chegou às bancas o terceiro e último volume, “Convergente”.

Ao longo dos diferentes volumes é bem patente a evolução da autora enquanto escritora. Esta amadureceu bastante e a história também. Vemos que a autora esteve atenta às críticas e teve em atenção na elaboração deste volume. Passamos a ter dois narradores, dois pontos de vista, o de Tris e o de Quatro. Isto permite-nos entrar mais na mente de cada um deles e compreendê-los melhor. Esta técnica foi excelente porque nos permitiu seguir os passos de outras personagens e nos desprendermos um pouco da Tris e termos uma visão mais abrangente da história e dos acontecimentos. Conseguimos estar a ver dois lados da acção ao mesmo tempo. Isto foi uma inovação em relação aos volumes anteriores.

Em "Convergente", encontramos as respostas a todas as perguntas que tínhamos até mesmo àquelas que achávamos que já conhecíamos as respostas. O que são os divergentes? Porque é que eles são tão importantes? Entre outras perguntas. Ficamos a saber quem realmente é a Edith Pior e como ela se enquadra no plano geral de tudo.

Neste livro fugimos um pouco mas da relação entre as duas personagens principais Tris e Quatro e centra-se mais na revolução e nos problemas sociais daquele universo e o que distingue os divergentes e os outros.
Fora da barreira, ambos descobrem que as coisas não são bem como eles imaginavam e as mentiras também reinam naquele mundo que funcionara como uma promessa de liberdade. As coisas não são como aparentam inicialmente e as personagens vão aprendê-lo da forma mais difícil. As suas vidas e daqueles que amam dependem das suas decisões e tudo pode mudar na fracção de um segundo. A confiança que existe entre eles vai ser posta à prova e por vezes, quando isso acontece na vida real, acabamos desiludidos.

Várias personagens vão morrer e algumas delas nos fazem sentir frustrados e mesmo irritados. Veronica Roth é bastante corajosa, neste livro, e toma decisões bastante difíceis e o final deixa o leitor de boca aberta.

quarta-feira, 12 de março de 2014

[Opinião] “O Olhar de Sophie” de Jojo Moyes (Porto Editora)


Sinopse:

Somme, 1916. Sophie vive numa vila ocupada pelo Exército alemão, tentando sobreviver às privações e brutalidade impostas pelo invasor, enquanto aguarda notícias do marido, Édouard Lefèvre, um pintor impressionista, que se encontra a lutar na Frente. Quando o comandante alemão vê o retrato de Sophie pintado por Édouard, nasce uma perigosa obsessão que leva Sophie a arriscar tudo - a família, a reputação e a vida.

Quase um século depois, o retrato de Sophie encontra-se pendurado numa parede da casa de Liv Halston, em Londres. Entretanto, Liv conhece o homem que a faz recuperar a vontade de viver, após anos de profundo luto pela morte prematura do marido. Mas não tardará que Liv sofra uma nova desilusão - o quadro que possui é agora reclamado pelos herdeiros e Paul, o homem por quem se apaixonou, está encarregado de investigar o seu paradeiro…

Até onde estará disposta Liv a ir para salvar este quadro? Será o retrato de Sophie assim tão importante que justifique perder tudo de novo?

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 456
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04645-1

Opinião:

“O Olhar de Sophie” é o segundo livro que leio de Jojo Moyes, o primeiro “Viver depois de ti” já foi criticado aqui no blog há uns meses atrás.

Sophie e Liv são duas mulheres separadas pelo tempo mas que amaram intensamente. Depois de ler esta história penso que se as duas se conhecessem seriam grandes amigas. Senti uma enorme admiração por Sophie ela tem uma enorme força e a sua presença é bem patente ao longo do livro e mesmo na descrição que a autora faz do quadro. É uma mulher interessante e destemida. Protege os seus acima de tudo, sejam da sua família sejam os seus vizinhos. Por vezes as suas acções são mal interpretadas porque ela age com inocência e vê apenas o melhor de cada um. Assumindo que todas as pessoas pretendem o melhor e nunca vendo a maldade nos outros. Liv já é mais insegura e vai buscar a sua força ao quadro de Sophie, sem nunca a ter conhecido conhece a sua essência e força de uma forma profunda e tira inspiração nela. Aos poucos esta vai descobrindo a história de Sophie. E a sua admiração por esta cresce.

Nas personagens masculinas temos o capitão alemão, Friedrich Hencken, e Paul não podiam ser mais díspares. Paul é meigo e apaixonado, luta contra o seu sentimento ao longo do livro numa batalha entre o amor e o dever, atormenta-se com a sua consciência e com a verdade. Quer ajudar Liv e vê-la feliz mas sempre que se aproxima o caso do quadro impede a relação de evoluir. Por seu lado, Hencken é um homem que tenta mostrar-se muito solicito a Sophie a ajudá-la e no final mostra-se uma desilusão a forma como a trata deixou-me bastante irritada e com dúvidas se este iria manter a sua palavra.

Jojo Moyes conseguiu novamente escrever um romance que se devora, não consegui parar de ler desde que o peguei, houve momentos de humor e momentos tristes. Sofri com as personagens de uma forma bastante intensa e quase que não saía na minha paragem do autocarro por estar a ler, de tal forma estava envolvida na leitura, uma das minhas descrições preferidas deste livro é também o primeiro parágrafo do livro “O olhar de Sophie:

“Eu estava a sonhar com comida. Baguetes estaladiças, com o miolo de um branco virginal, acabadas de sair do forno ainda a fumegar, e com queijo amanteigado, a alastrar até à borda do prato. Taças cheias de uvas, escuras e perfumadas, a impregnar o ar com os seus aromas. Estava prestes a tirar uma, mas, nesse momento, fui impedida pela minha irmã.”

É um parágrafo curto mas repleto de sensações, cheiros e sabores. Quase que conseguimos saborear a comida que a autora nos fala.

Jojo Moyer decidiu escrever a história de duas formas diferentes, a primeira na prespectiva de Sophie é narrada na primeira pessoa enquanto a história de Liv é narrada na terceira pessoa. Isto permite ao leitor conhecer melhor os personagens e os seus personagens.


“O Olhar de Sophie” é um excelente livro que se recomenda vivamente a todos os leitores, que se vão apaixonar por este.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

“O Jogo de Ripper” de Isabel Allende (Porto Editora)


Sinopse:

Indiana e Amanda Jackson sempre se apoiaram uma à outra. No entanto, mãe e filha não poderiam ser mais diferentes. Indiana, uma bela terapeuta holística, valoriza a bondade e a liberdade de espírito. Há muito divorciada do pai de Amanda, resiste a comprometer-se em definitivo com qualquer um dos homens que a deseja: Alan, membro de uma família da elite de São Francisco, e Ryan, um enigmático ex-navy seal marcado pelos horrores da guerra.

Enquanto a mãe vê sempre o melhor nas pessoas, Amanda sente-se fascinada pelo lado obscuro da natureza humana. Brilhante e introvertida, a jovem é uma investigadora nata, viciada em livros policiais e em Ripper, um jogo de mistério online em que ela participa com outros adolescentes espalhados pelo mundo e com o avô, com quem mantém uma relação de estreita cumplicidade.

Quando uma série de crimes ocorre em São Francisco, os membros de Ripper encontram terreno para saírem das investigações virtuais, descobrindo, bem antes da polícia, a existência de uma ligação entre os crimes. No momento em que Indiana desaparece, o caso torna-se pessoal, e Amanda tentará deslindar o mistério antes que seja demasiado tarde.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 400
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04498-3

Opinião:

Eu nunca li nada de Isabel Allende, em grande parte por falta de oportunidade. “O Jogo de Ripper” foi a minha estreia e posso dizer que fiquei verdadeiramente surpreendida. Sempre ouvi falar bem desta autora desde o livro “A casa dos Espíritos”.

Neste romance a autora consegue agarrar o leitor desde o início ao tomar o tom de pesquisa e de thriller que nos cria a curiosidade de saber quem é o culpado e o que vai acontecer de seguida.

Allende criou um livro repleto de personagens e que seria de prever que nos perdêssemos, mas a forma de escrever da autora permite-nos entender quem é quem e como estão relacionadas as personagens entre si, mostrando alguns vislumbres do passado destes. Cada um dos intervenientes na história está bastante amadurecido e mostra as características de pessoas reais, com as quais podíamos lidar todos os dias de uma forma realista. Adorei Indiana e a sua forma desprendida de ver a vida.

A autora consegue manter o suspense ao longo do livro e nos deixa tentar adivinhar o seu desfecho. A evolução da história começa de uma forma lenta mas gradualmente aumenta a sua intensidade o que permite ao leitor adaptar-se aos acontecimentos.


O Jogo de Ripper” é um excelente livro que me vai fazer ler mais obras desta autora.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

[Opinião] “Insurgente” de Veronica Roth (Porto Editora)


Sinopse:

A tua escolha pode transformar-te - ou destruir-te. Mas qualquer escolha implica consequências, e à medida que as várias fações começam a insurgir-se, Tris Prior precisa de continuar a lutar pelos que ama - e por ela própria.

O dia da iniciação de Tris devia ter sido marcado pela celebração com a fação escolhida. No entanto, o dia termina da pior forma possível. À medida que o conflito entre as diferentes fações e as ideologias de cada uma se agita, a guerra parece ser inevitável. Escolher é cada vez mais incontornável... e fatal.

Transformada pelas próprias decisões mas ainda assombrada pela dor e pela culpa, Tris terá de aceitar em pleno o seu estatuto de Divergente, mesmo que não compreenda completamente o que poderá vir a perder.
A muito esperada continuação da saga Divergente volta a impressionar os fãs, com um enredo pleno de reviravoltas, romance e desilusões amorosas, e uma maravilhosa reflexão sobre a natureza humana.

Veronica Roth: melhor autora GoodReads 2012

Divergente: melhor livro de fantasia para jovens-adultos GoodReads 2012

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 376
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04382-5
Idioma:                Português

Opinião:

Neste segundo volume, Veronica Roth, tenta-nos levar mais além do que no primeiro. A acção acelera um pouco mais do que anteriormente. Mas ainda não se torna vertiginosa. É um livro mais voltado para o público mais juvenil e com mais enfase aos sentimentos da personagem principal, Tris.

Aqui vemos algumas evoluções ao longo da história e o mistério dos divergentes ainda não fica totalmente resolvido já que só na parte final é que compreendemos a importância deles e do segredo que tantos morreram para proteger.

Tris evoluiu positivamente ao longo da história e mostra-se mais moderna e altruísta do que no volume anterior. Até se pode dizer que ela própria se surpreende com a sua própria atitude e decisões que toma. Está a amadurecer e a tornar-se mulher.

Quatro passa a ter um papel mais central na obra. Toma uma atitude mais activa e revela o homem que escondia durante anos. Várias personagens surpreendem o leitor neste volume porque por vezes uma pessoa não é quem aparentava ser. E acabamos por descobrir a verdade acerca de cada um deles, mas parece-me que ainda há muito por dizer.

Aos poucos tornamo-nos mais envolvidos na história e como a autora escreve.

E segundo volume é melhor do que o primeiro e é bem patente a evolução da escritora e com ela das personagens.


É um segundo volume e continuação interessante e que nos deixa a imaginar qual é a direcção que a Veronica Roth vai tomar de seguida.