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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

[Opinião] “Isabel, a Condessa Cercada” de Pedro L. Torres (Saída de Emergência)


Sinopse:

Um obscuro desejo de conquista no deserto africano do Sultão

No início do séc. XVI, a expansão portuguesa avança sobre as praças mouras do norte de África, conquistando importantes posições do inimigo. Arzila, grandiosa praça costeira, recebe então um novo capitão, o Conde de Redondo, a quem o Rei D. João III, anos mais tarde, concedeu grandes louvores pelos seus serviços.

Mas como conseguiu este conde resistir aos cercos de um inimigo muito mais numeroso e ainda tomar posições pelo deserto fora? A razão ainda hoje é um mistério, mas rezam as rónicas que o conde gozava de boas relações com um alcaide mouro que entrava sorrateiramente na praça portuguesa.

Com base neste fragmento verdadeiro da História de Portugal, Pedro Torres desenha uma ficção que revela as motivações das misteriosas visitas, o jogo perturbante de paixões e intrigas por detrás das impossíveis conquistas portuguesas. Um jogo doce, elaborado pelas mãos de uma condessa portuguesa, na terra violenta e sensual dos Xarifes…

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: A História de Portugal em Romances
Data 1ª Edição: 08/08/2014
ISBN: 9789896376604
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

“Isabel, a Condessa Cercada” é o terceiro volume da colecção “A História de Portugal em Romances” que foi recentemente lançada pela editora Saída de Emergência. Os outros volumes já foram criticados anteriormente aqui no blog.

Neste volume viajamos até às exóticas paisagens do norte de África. Numa época áurea da história portuguesa acompanhamos uma história de amor e de paixão proibidas que vão encantar os leitores e levá-los a mergulhar num mundo desconhecido cheio de perigos e intrigas.

Isabel é uma mulher à frente do seu tempo, fogosa e apaixonada, a qual se encontra presa a um homem que usa os seus encantos a seu bel-prazer. Ela encontra o amor num lugar imprevisível e inesperado. Iniciando-se assim uma aventura que esta nunca poderia imaginar.

Apreciei bastante as cenas de amor, são descritas de forma cuidada e com bastante bom gosto, sem se tornarem brejeiras nem de mau gosto. O escritor tem bastante cuidado na sua linguagem e nas suas descrições pelo que torna o livro de leitura fácil e agradável.

Apenas gostaria que tivesse um pouco mais de factos históricos e mais pormenores acerca daquela época e da vida dos portugueses nas cidadelas e das escaramuças com os árabes.


Um romance bastante interessante sobre uma época cheia de mistérios, que se lê compulsivamente.

terça-feira, 22 de julho de 2014

[Opinião] “Afonso, O conquistador” de Maria Helena Ventura (Saída de Emergência)



Sinopse:

Esta é a história de um homem, do seu sonho e do nascimento de uma nação

Tem nas suas mãos um romance épico: a vida de D. Afonso Henriques. Recorrendo a uma meticulosa pesquisa histórica, Maria Ventura transporta-nos para o século XII e envolve-nos com as paisagens, culturas e figuras dessa época distante. No centro da acção está Afonso Henriques, o primeiro homem a sonhar Portugal, e que tornou esse sonho realidade com golpes de espada, traições familiares, intrigas religiosas e muita determinação.

Afonso chegou até nós como um homem sem medo, vencedor de batalhas impossíveis, líder na frente de combate e na frente diplomática. Mas Maria Ventura vai mais longe e apresenta-nos um homem que faria as delícias de Maquiavel: astuto como poucos e sem escrúpulos sempre que necessário. E também um homem apaixonado pela vida, pelos filhos — fossem eles legítimos ou bastardos — e até pela mulher, que finalmente aprendeu a amar.

Amadurecendo de príncipe impulsivo para soberano ponderado, no fim da vida Afonso deixa-nos um território pouco diferente daquele que temos hoje em dia. Sem ele não haveria Portugal nem língua portuguesa, e nunca as caravelas com a cruz de Cristo teriam partido em busca de novas paragens nem Camões cantado os Lusíadas.

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: A História de Portugal em Romances
Data 1ª Edição: 09/05/2014
ISBN: 9789896376239
Nº de Páginas: 368
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

“Afonso, o conquistador” é o segundo volume de uma nova colecção que a Saída de Emergência lançou recentemente acerca da história de Portugal. Neste romance acompanhamos os momentos mais importantes da vida do primeiro rei português.

Há um grande desconhecimento acerca da sua vida pessoal e muita especulação, isto deriva da falta de referencias deste período. Há muitas lendas associados a este rei, e não se consegue distinguir o que é real do que é ilusão e exagero.

Neste livro, Maria Helena Ventura traz-nos a sua visão acerca da vida deste rei e como poderia ter sido a sua ligação com os outros membros da corte. Aqui Afonso é um homem de enorme coração, que ama intensamente e que tem uma boa relação com os seus súbditos. Este é um rei que não pretendia o ser e aceita essa responsabilidade de bom grado mas compreende perfeitamente a responsabilidade que tem em cima e o que é esperado dele.

Acompanhamos os momentos mais importantes da nossa história e que fizeram de Portugal o país que é hoje.

Pouco também é conhecido acerca das mulheres da vida de Afonso e gostei particularmente da forma como a autora as descreveu e como utilizou as lendas associadas à vida privada do nosso primeiro rei.

Um excelente romance de uma colecção que promete ser muito boa.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

[Opinião] “O Império Final” de Brandon Sanderson (Saída de Emergência)


Sinopse:

Primeiro volume de uma nova série de um dos autores que mais sucesso teve nos últimos anos na fantasia. 

Num mundo onde as cinzas caem do céu e as brumas dominam a noite, o povo dos Skaa vive escravizado e na absoluta miséria. Durante mais de mil anos, o Senhor Soberano governou com um poder divino inquestionável e pela força do terror. Mas quando a esperança parecia perdida, um sobrevivente de nome Kelsier escapa do mais terrível cativeiro graças à estranha magia dos metais – a Alomancia – que o transforma num “nascido nas brumas”, alguém capaz de invocar o poder de todos os metais.

Kelsier foi outrora um famoso ladrão e um líder carismático no submundo. A experiência agonizante que atravessou tornou-o obcecado em derrubar o Senhor Soberano com um plano audacioso. Após reunir um grupo de elite, é então que descobre Vin, uma órfã skaa com talento para a magia dos metais e que vive nas ruas. Perante os incríveis poderes latentes de Vin, Kelsier começa a acreditar que talvez consiga cumprir os seus sonhos de transformar para sempre o Império Final…

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: BANG
Saga/Série: Saga Mistborn - Nascida das Brumas  Nº: 1
Data 1ª Edição: 06/06/2014
ISBN: 9789896376383
Nº de Páginas: 624
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

Eu sou uma fã de fantasia e nunca me recuso a ler um livro deste estilo literário. “O Império Final” é o primeiro volume de uma trilogia que BrandonSanderson escreveu e que a Saída de Emergência vai publicar.
Sanderson criou um mundo em que a escravidão e o desprezo reina. Ao longo do romance é bem patente a fonte de inspiração e todo o trabalho de investigação que o autor realizou para criar o universo onde acontece a acção e também a forte mensagem que ele tenta transmitir aos leitores.

Os Skaa são uma raça que é muito desprezada e tratada como sendo inferiores,  são usados e são tomados como propriedades, muito semelhante com o aconteceu na nossa história com os descobrimentos e a escravidão que dominou a terra durante séculos.

Por seu lado os nobres são retratados como arrogantes e não se preocupando muito com as questões morais do que fazem, apenas lhes interessa agradar ao Senhor Supremo e cair nas suas graças de forma a terem mais poder e assim poderem destruir uma casa rival. Mas nem todos são assim, tal como nem todos os Skaa ficam de braços cruzados e se deixam levar pelos caprichos dos seus senhores.

Achei bastante interessante a grande diversidade das personalidades e a grande complexidade das suas relações, cada um dos círculos onde ocorre a acção são completamente díspares. E a facilidade com que viajamos entre cada uma delas é prova da versatilidade do autor e do seu talento enquanto escritor.

A personagem que mais me surpreendeu foi o Kell, inicialmente ele transmitiu-me uma ideia que se revelou ser diferente do que eu tinha. Por seu lado, Vin começa por ser uma incógnita e conforme ela vai aprendendo mais sobre si própria e sobre o mundo ao qual pertence.

As personagens que os odeiam são tão interessantes e complexas quanto as principais e possuem uma dimensão própria, é fácil de imaginarmos o que vai acontecer quando eles não estão com as personagens principais, têm um passado e um futuro.


O ritmo que o autor impõe ao leitor é agradável e aumenta gradualmente a tensão.Ao longo do romance tentamos descobrir quem é o Senhor Supremo e qual era o seu verdadeiro objectivo.O final é o clímax da história e nos deixa com curiosidade de saber mais e de ver como as coisas vão evoluir.

domingo, 27 de abril de 2014

[Opinião] “O Tintureiro Francês” de Paulo Larcher (Saída de Emergência)




Sinopse:

Uma história de amor e ambição no Portugal governado pela mão de ferro do Marquês de Pombal

Nos finais do séc. XVIII, o Marquês de Pombal viu-se a braços com um fracasso na sua política de regeneração industrial: a Real Fábrica de Panos, a menina dos seus olhos, apesar de todos os esforços e despesas não consegue produzir tecidos com a qualidade dos importados. Decide então convidar um tintureiro francês para vir a Portugal ensinar essa grande arte que, à época, fazia a riqueza e o prestígio das nações europeias.

O artista eleito foi o polémico Stéphane Larcher, que mal chega começa a revolucionar práticas e comportamentos. Um ano depois, cores nunca vistas vêm à luz e tecidos até então desconhecidos brilham em todo o seu esplendor. Ao partilhar a sua arte secreta com os portugueses, Stéphane sabia estar a arriscar a vida, a reputação e a fortuna. Mas ninguém o avisou que também comprometia fatalmente o próprio coração.

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: A História de Portugal em Romances
Data 1ª Edição: 17/04/2014
ISBN: 9789897100925
Nº de Páginas: 384
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

“O Tintureiro Francês” é o primeiro volume de uma nova coleção que a editora Saída de Emergência lançou acerca da história de Portugal e transformá-la e, romances que abordam vários temas e épocas.
Neste volume, o autor aborda a época pós terramoto de 1755, já anos após o rescaldo da tragédia. A industrialização e o progresso ainda não tinham chegado a Portugal, o qual se encontrava atrasado em relação ao resto da Europa, o que ainda nos dias de hoje se mantém. Esse progresso tardava em chegar e os grandes mestres estavam fora do alcance dos nossos nobres e possíveis investidores.

Paulo Larcher leva-nos numa viagem ao passado e criou uma história interessante e que nos deixa curiosos acerca do que se vai passar de seguida.

A criação da Fábrica Real de Panos é bastante interessante e foi um momento marcante na nossa história e que merecia ser transformado em romance já que é desprezado em prol do Terramoto pela literatura.

Neste volume, partimos numa aventura pela Europa e aqui o autor fugiu um pouco à ideia do que teria acontecido em certos aspectos e noutros é extremamente fiel, o que torna o livro mais interessante.

As personagens que este criou são bastante realistas e credíveis, gostei particularmente da Teresa e da sua mente progressiva e a forma como ela toma as rédeas da sua vida. Stéphane Larcher tem o seu papel na evolução da fábrica, mas eu gostava de o ver a ter uma atitude mais forte e máscula (estereótipos à parte). Há uma parte do filme em que eu gostaria de o ver a ter uma atitude mais decidida.

No geral está um livro bastante interessante e consistente. Levando os leitores a conhecer uma parte da história de Portugal que não é muito explorada, e também foi um excelente início para esta nova coleção.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

[Opinião] “Cristo Clonado” de J. R. Lankford (Saída de Emergência)


Sinopse:

Uma amostra do ADN de Cristo foi roubada do Santo Sudário. E agora um cientista vai clonar o filho de Deus.

Será possível clonar Jesus Cristo a partir do Santo Sudário?

Um policial arrepiante que nunca irá esquecer.
Cristo Clonado é um policial fantástico sobre uma investigação secreta que pode mudar o mundo: a tentativa de clonar Jesus Cristo a partir do Santo Sudário. A chefiar a investigação está o Dr. Félix Rossi, um conceituado cientista obcecado com duas perguntas: será que o tecido do Sudário contém mesmo o sangue de Cristo? E estará o ADN ainda intacto?
Apesar do secretismo da investigação, forças obscuras tentam boicotá-lo e Rossi não tem tempo a perder: terá de encontrar uma mãe para a criança.
Da alta sociedade nova-iorquina aos bares irlandeses, das igrejas de Harlem à catedral de Turim, Cristo Clonado é uma viagem profunda e emocionante que nunca irá esquecer. Fala-nos de laços familiares perdidos, da procura de Deus por um homem, do desejo de uma mulher em ser especial… e de uma inesperada e terna história de amor.

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Data 1ª Edição: 21/03/2014
ISBN: 9789896376253
Nº de Páginas: 384
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

“Cristo Clonado” conta uma história bastante interessante e aborda um tema muito controverso. A clonagem é um tema muito discutido e cujos entraves e problemas não permitem ainda compreendê-la muito bem e as suas implicações. Sempre houveram rumores que um clone humano andava por aí, mas nunca passou disso.
Neste romance, autora centrou o início da acção no passado. Isso torna-se claro quando uma das personagens viaja no Concorde, um avião que já não cruza os céus na actualidade. O ritmo do livro é lento inicialmente e acelera até à fase do clímax.

Há personagens que adoramos como é o caso da Maggie e do Sam, estes são duas pessoas bastante simples e realistas. Apaixonei-me pelos dois, pela força e decisão que os dois apresentam. Felix, por seu lado irrita-me bastante, ele não me parece muito confiante em si próprio, as suas intervenções são muito ligadas à fé e aos seus dilemas internos, a sua demanda por Cristo, acaba por se tornar demasiado perigosa para quem está perto dele. Brown por seu lado deixa-me intrigada.

Eu li este romance com bastante curiosidade, inicialmente, depois comecei a ficar agarrada na escrita do autor e queria saber mais acerca de cada personagem e o que ia acontecer de seguida, iria o clone sobreviver?

Há momentos de acção tão intensa que me ia esquecer de onde estava nos transportes públicos. É um daqueles que nos fazem pegar e não pousar até ao final, deixando-nos com curiosidade de ler a continuação, apesar de ter ficado triste com uma das opções da autora.

É um thriller viciante que nos leva numa viagem que não queremos abandonar. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

[Opinião] “Tigana – A Voz da Vingança” de Guy Gavriel Kay (Saída de Emergência)


Sinopse:

Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, Tigana é uma terra que clama por vingança e justiça.

O príncipe Alessan e os seus companheiros puseram em marcha um plano perigoso para unir a Península de Palma contra os reis despóticos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior, numa tentativa de recuperar Tigana, a sua terra natal amaldiçoada.

Brandin é um rei maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está cativo da sua beleza e charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas em seu redor.

Entretanto, o nosso grupo de heróis viaja pela Península, em busca de alianças e trunfos decisivos que podem mudar a maré da batalha a seu favor. Alessan está mais moralmente dividido que nunca, Devin já não é o rapaz ingénuo que era, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre uma nova magia na Península. Conseguirá Tigana vingar a memória dos seus mortos? Ninguém consegue prever o fim nem as perdas que irão sofrer. Sacrifícios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para uns vencerem, outros terão forçosamente de tombar.

Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Saga/Série: Tigana  Nº: 2
Data 1ª Edição: 21/03/2014
ISBN: 9789896376260
Nº de Páginas: 320
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole

Opinião:

Quando li o primeiro volume, “Tiganaa Lâmina na Alma”, rendi-me ao Universo que o autor criou. Como é que um povo inteiro se sentiria se o seu país desaparecesse? Pior do que isso, se a maldição lançada contra eles que sua existência fosse apagada do Universo e ninguém soubesse nem conseguisse ouvir o seu nome, apenas os habitantes exilados desse lugar. Esta é a premissa em que o Guy Gavriel Kay se assentou para criar o seu romance e a história desenvolveu-se de uma forma bastante interessante.

Os passos que as personagens tomam são extremamente realistas, parecem o percurso que qualquer um de nós daria para reaver o que perdeu, a sua própria identidade. Neste volume vemos as nossas perguntas respondidas e os pontos finais em várias situações. Tive pena do destino de alguns deles, mas depois de ponderar vi a lógica nessas decisões.

Neste volume encontra-se uma das mais interessantes descrições que já li:

Noite quente. A fragância das flores. O luar nas árvores, nas pedras pálidas do muro do jardim, na mulher parada na janela.

Estas três frases simples dizem muito mais do que uma dissertação acerca da lua e do ambiente.

A evolução da história é rápida e o autor deixa-nos sem fôlego em certas partes porque os acontecimentos se sucedem a velocidades vertiginosas, mas isso não é mau porque nos leva a fazer uma leitura compulsiva.


Gostei bastante dos dois livros e ambos se leem facilmente, ideais para quem gosta de fantasia épica e para quem nunca leu, é um excelente ponto de partida.