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domingo, 15 de maio de 2016
[Opinião] "Regresso a Mandalay" de Rosanna Ley (Porto Editora)
Sinopse:
Eva Gatsby interrogou-se inúmeras vezes sobre o passado do avô, Lawrence Fox, e o que teria exatamente acontecido na Birmânia, quando ele ainda jovem ali viveu. Eva dedica-se à restauração de antiguidades e os patrões propõem-lhe uma viagem de trabalho àquele país - sobre o qual o avô desde sempre lhe contara histórias fascinantes. É então que Lawrence decide quebrar o silêncio e finalmente falar-lhe do grande amor da sua vida, Maya, a mulher que nunca esqueceu. Numa tentativa de sarar as feridas do passado, confia a Eva uma missão que se revelará de contornos imprevisíveis.
Eva inicia, assim, uma jornada que irá reconstruir o mosaico da história da família e que em simultâneo a obrigará a confrontar-se com a sua capacidade de voltar a acreditar no amor.
Em Regresso a Mandalay, Rosanna Ley descreve-nos as paisagens, os aromas inebriantes dos mercados, das ruas e as fragâncias dos jardins, com tal mestria que nos transporta para os cenários mágicos da Terra Dourada.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2016
Páginas: 432
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04807-3
Opinião:
Mandalay, a actual Birmânia, é um lugar exótico e cheio de mistério. "Regresso a Mandalay", relata a história de duas famílias distintas e da forma como os seus destinos se cruzam.
O regresso refere-se ao regresso pelas mãos de Eva de um ídolo de madeira que havia sido confiado a seu avô por uma antiga paixão esquecida no tempo. A história é contada por três personagens, e aos poucos vamos desvendando o passado.
O que mais me atrai, neste romance, é o facto de não sabermos o passado das personagens e irmos aos poucos descobrindo, ao mesmo tempo que a Eva. Há muito que não sabemos como aconteceu, mas aos poucos os mistérios são desvendados. E, há segredos que nos vão surpreender.
É interessante verificar como as pessoas têm diferentes formas de ver a vida de acordo com o seu país de origem e a sua cultura. Esse confronto de culturas é bem patente ao longo do livro.
Este livro lê-se bastante depressa e é bastante interessante, levando-nos pelas belas e exóticas paisagens longínquas da Birmânia.
quarta-feira, 23 de março de 2016
[Opinião] "A última noite de um tirano" de Yasmina Khandra (Bizâncio)
Sinopse:
Uma personalidade como Khadafi não poderia deixar indiferente Yasmina Khadra. Com este mergulho vertiginoso na mente de um tirano sanguinário e megalómano, Yasminha Khadra traça o retrato universal de todos os ditadores depostos.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão:2015
Páginas: 176
Editor: Bizâncio
ISBN: 9789725305638
Coleção: Montanha Mágica
Opinião:
Khadafi era um homem temido em todo o mundo, olhado como um excêntrico. O seu "reinado" terminou de forma violenta e com os olhos de todos em cima dele.
Yasmina Khandra, mostra novamente a sua grande versatilidade enquanto escritor, entrando na cabeça de um dos mais terríveis ditadores que há história no mundo.
Neste livro, acompanhamos os últimos momentos de um ditador que lentamente se deixa levar pela loucura e pela prepotência.
Um arrepiante relato que nos leva à mente de um tirano, que comandou os destinos de milhões de pessoas.
quarta-feira, 16 de março de 2016
[Opinião] "Mundo do Fim de Mundo" de Lis de Sepúlveda (Porto Editora)
Sinopse:
Um adolescente, fascinado pela leitura de Moby Dick, aproveita as férias de verão para embarcar num baleeiro e conhecer, nos confins austrais do continente americano, as terras onde o mundo termina. Muitos anos depois, já adulto, jornalista e membro ativo dos movimentos ecologistas, o acaso fá-lo regressar a essas paragens distantes por uma razão distinta mas talvez igualmente romântica: a fauna marítima que habita as águas gélidas e impolutas desse mundo do fim do mundo está a ser destruída pela ação criminosa de navios piratas.
Partindo de um exercício ficcional de evocação da memória juvenil, impregnado de aventura e deslumbramento, Luis Sepúlveda traça um belíssimo roteiro do Chile Austral. Simultaneamente, põe a descoberto os obscuros interesses internacionais que sustentam a caça ilegal de espécies protegidas, aqueles que a praticam e aqueles que corajosamente a combatem, transformando a narrativa numa demanda pela salvação da vida do seu mar.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 128
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04791-5
Opinião:
Luis de Sepúlveda é um dos meu escritores preferidos. Os seus livros são sempre bastante pequenos e cheios de significado. Quando lemos um dos seus romances ficamos sempre a saber algo de novo sobre nós próprios e o mundo em que vivemos.
Quando lemos um livro deste autor somos confrontados com grandes problemas sociais ou ambientais e, neste "Mundo do Fim do Mundo" não é diferente dos outros. Neste romance somos confrontados com a permanente guerra entre os seres humanos e a natureza.
Quando li este livro fiquei logo rendida ao tema e à história. Luis de Sepúlveda consegue trazer-nos um romance em que nos revela o pior do ser humano e mesmo assim mostrar a coragem que, por vezes surge dos lugares mais inesperados.
Um excelente romance de um dos melhores escritores da actualidade.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
[Opinião] "Que esperam os Macacos" de Yasmina Khadra (Bizâncio)
Sinopse:
Uma jovem estudante é encontrada assassinada na floresta de Baïnem, perto de Argel. Uma mulher, Nora Bilal, é encarregada de conduzir a investigação, longe de pensar que a sua rectidão é um perigo mortal num país entregue aos tubarões de águas turvas.
Que esperam os macacos é uma viagem pela Argélia de hoje onde o Mal e o Bem se sentem constrangidos no meio dos malefícios naturais dos homens.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão:2015
Páginas: 272
Editor: Bizâncio
ISBN: 9789725305591
Coleção: Montanha Mágica
Opinião:
Este é um livro pequeno mas intenso. Foi o primeiro que li deste autor e fiquei fascinada. Este é um thriller cheio de mistério e de emoção.
As personagens são surpreendentes e acabam por nos mostrar os seus verdadeiros pensamentos e a sua verdadeira essência. Quando aparece o cadáver e uma mulher é colocada à frente da investigação torna-se interessante verificar como o preconceito e as ideias pré-concebidas nos podem limitar.
O romance tem imensas reviravoltas e acabamos por ser completamente surpreendidos no final, porque, nem por um momento, desconfiamos do verdadeiro assassino. E ficamos de boca aberta ao lermos os últimos parágrafos deste.
Um livro para devorar.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
[Opinião] "O Ouro o Alquimista" de Philippa de Gregory (Topseller)
Sinopse:
Entre a euforia do Carnaval em Veneza, algo misterioso se esconde nas sombras…
Luca Vero, membro da Ordem das Trevas, leva Isolde do convento onde estava reclusa, para juntos registarem o fim dos tempos.
Enviados em missão para Veneza durante o Carnaval, eles vão ter de desvendar o mistério que envolve a falsificação de moeda — os nobres de ouro ingleses. Entre a folia e as máscaras, cresce a atração entre Luca e Isolde, que já não escondem a paixão que os une.
O romance é interrompido com a chegada de um alquimista, que se torna imediatamente o principal suspeito. Mas será a resposta assim tão simples?
À medida que Luca e Isolde se aproximam da verdade, descobrem que a realidade é muito mais sinistra do que alguma vez puderam imaginar.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão:2015
Páginas: 304
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898086921
Opinião:
Philipa de Gregory é uma das autoras que conheci recentemente e que acabei por ficar viciada nos seus livros, este é o segundo volume de uma história que me cativou profundamente desde o primeiro momento, quando peguei no volume precedente "Filhas da Tempestade".
Novamente acompanhamos Luca, Isolte, Ishraq, Freize e o irmão Peter numa nova e missão para o misterioso chefe de Luca. O qual os envia para a Veneza do século XV, em pleno Carnaval, festa que tornou esta cidade famosa por todo o mundo, e cuja atmosfera de misticismo perdura até ao dia de hoje.
Como alguns de vocês devem saber a minha área de formação são as ciências e tornou-se bastante interessante verificar a abordagem que esta autora fez ao tema da alquimia. a procura pelo ouro dos tolos ou mesmo pela pedra filosofal. Coisa, que ainda nos tempos modernos, muitos cientistas perseguem. Não com o mesmo objectivo mas sim com a ideia da busca por algo inatingível para o comum dos mortais.
A relação entre Luca e Isolte parece evoluir, ainda que no final a autora nos deixe um mistério para desvendar entre estes dois.
Gosto bastante da personagem da Isolte, muito característica das mulheres muçulmanas daquela época. Sempre a procurar algo mais, sempre à procura do arco-íris.
A inocência de Freize acaba sempre por colocá-lo em posições complicadas. Mas na realidade a personagem que nos vai surpreender vai ser o irmão Peter, por motivos que vão compreender assim que o lerem.
Este livro é uma excelente continuação e que nos vai deixar com vontade de ler mais e de conhecer melhor estas personagens e as suas motivações.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
[Opinião] "O Céu Voltou" de Clara Sánchez (Planeta)
Opinião:
Quando me chegou às mãos a sinopse deste livro decidi lê-lo, porque esta me despertou a curiosidade pelo tema abordado, mas também porque este livro recebeu o Prémio Planeta em 2013.
"O Céu Voltou" aborda um tema que acende muitas opiniões e cria discussões enormes entre as pessoas com opiniões díspares, este é a capacidade que algumas pessoas têm de, aparentemente, serem mais sensíveis às energias libertadas por um certo individuo. Neste romance, a personagem principal é uma mulher de sucesso, uma modelo que, atingindo o seu topo da carreira tem aparentemente uma vida estável e tudo o que uma pessoa podia desejar. E, isso por si só, era motivo para ser invejada e atrair todo o tipo de coisas negativas para si, Patrícia inicia este romance como sendo uma pessoa céptica que ignora a excêntrica Viviana, que a avisa de um grande mal que a rodeia. Mas, coincidências estranhas fazem com que esta relembre os avisos e acabe por tentar encontrar o que está atrás das situações que a envolvem.
Numa trama intrincada, cativante e cheia de nuances a autora guia-nos pela busca da personagem principal e acabamos por descobrir com esta o verdadeiro preço da fama e do sucesso. Também Patrícia vai descobrir coisas acerca de si própria que nunca imaginava.
Viviana é uma personagem interessante e que nos vai mostrar algo mais acerca de um mundo que nunca imaginávamos e vai ajudar a personagem principal a descobrir algo mais sobre si mesma e o que seria capaz de fazer.
O marido de Patrícia irritou-me profundamente, é uma personagem egocêntrica que inveja a mulher e todo o seu sucesso. Achei-o demasiado parvo e controlador.
Um livro comoleto, cheio de momentos altos que nos vai fazer ler de forma compulsiva.
terça-feira, 14 de julho de 2015
[Opinião] "Os Muitos Nomes do Amor" de Dorothy Koomson (Porto Editora)
Sinopse:
Clemency Smittson foi adotada em bebé, e a única ligação à mãe biológica é um berço de cartão com borboletas pintadas à mão. Agora adulta, e em constante conflito com sentimentos de perda e rejeição, decide mudar drasticamente de vida e voltar a Brighton, a cidade onde nasceu.
Mas Clem não sonha que é lá que vai encontrar alguém que sabe tudo sobre a sua caixa das borboletas e a verdadeira história dos seus pais biológicos.
E quando percebe que nem tudo é o que parece, e que talvez tenha sido injusta com aqueles que mais a amam, haverá tempo para recuperar o que foi perdido?
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 472
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04755-7
Opinião:
"Os Muitos Nomes do Amor" é o segundo livro que leio da Dorothy Koomson. Esta autora conquistou-me imediatamente e quando vi que este ia ser lançado eu sabia que o tinha de ler. É escusado dizer que parti com expectativas muito elevadas para este.
O que me fascina nesta autora é o facto desta conseguir pegar num assunto do dia-a-dia e criar uma obra literária fantástica e viciante.
Adorei a personagem da Clemency, esta ainda não tem uma identidade bem definida, não se sente bem na sua vida e há um grande desconhecimento acerca de si mesma. Adoptada por uma família quando ainda era bebé, nunca se sentiu em casa devido a diferenças culturais. Aos poucos vamos compreendendo o que ela e a sua família passaram e que há muitos segredos que ela tem de desvendar ao longo dos capítulos.
A personagem que mais detestei foi mesmo a Nancy, esta não tem qualquer personalidade e vive cheia de inveja e apenas para infernizar a vida da sua prima Clem.
Esta história vai-nos deixar irritados, frustrados e também com uma sensação enorme de que o amor é muito mais do que laços de sangue e que por ele todos os sacrifícios são feitos.
Dorothy Koomson consegue nos deixar a pensar em muitos momentos no que terá acontecido para as personagens terem certas atitudes e tomarem certas decisões.
"Os muitos nomes do amor" é um romance completo e que será um excelente companheiro de leitura deste verão.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
[Opinião] "Inês da minha alma" de Isabel Allende (Porto Editora)
Sinopse:
Inés Suarez é uma jovem e humilde costureira, oriunda da Extremadura, que embarca em direção ao Novo Mundo para procurar o marido, extraviado pelos seus sonhos de glória no outro lado do Atlântico. Anseia também por uma vida de aventuras, vedada às mulheres na sociedade do século XVI.
Na América, Inés não encontra o marido, mas sim uma grande paixão: Pedro de Valdivia, mestre de campo de Francisco Pizarro, ao lado de quem Inés enfrenta as incertezas da conquista e fundação do reino do Chile.
Neste romance épico, a força do amor prevalece sobre a rudeza, a violência e a crueldade de um momento histórico inesquecível. Pela mão de Isabel Allende, confirma-se que a realidade pode ser mais surpreendente que a ficção, e igualmente cativante.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 328
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04749-6
Idioma: Português
Opinião:
O primeiro livro que li de Isabel Allende foi "O jogo de Ripper", o qual foi criticado aqui no blog na altura em que foi lançado. Este primeiro livro custou-me a ler inicialmente. Quando soube que seriam lançados novos livros da autora, decidi, com algum receio, dar uma nova tentativa à escrita desta autora que é tão famosa em todo o mundo. E ainda bem que o fiz, este registo é completamente diferente do outro e é bem patente ao longo da história que a autora está mais à vontade com este estilo de escrita, portanto "Inês da minha Alma" foi um livro que rapidamente percorri as suas páginas e fiquei viciada nas personagens. Isto foi de tal forma intenso que me custava a ler as partes em que Allende nos mostra o contexto histórico, queria rapidamente seguir as personagens que ela escrevia no papel e aventurar-me com estas pelas densas florestas e áridos desertos desbravando novos mundos até então inexplorados.
O que me surpreendeu mais acerca desta história é o facto de ser baseada em personagens e feitos reais, Inês deveria ser uma mulher de fibra que gostaria de conhecer. Admirei-a desde o primeiro momento e é bem patente todo o processo criativo que Allende teve na sua construção a par da sua pesquisa bibliográfica, a qual não deve ter sido fácil porque os historiados tinham tendência a se esquecerem das mulheres, portanto os seus feitos ainda deveriam ser mais notáveis para que figurasse nos livros da época.
Inês foi uma mulher de paixões intensas e que vivia em função dos seus sentimentos,ignorando muitas vezes o que era correcto e apropriado para os olhos da sociedade, caso isso fosse contra o que ela pensava. Aos poucos vemos esta mulher a amadurecer de menina para mulher madura e acompanhamos os seus passos nos momentos chave da história da formação do Chile.
"Inês da minha alma" é mais do que um livro de amor, é uma autêntica obra de arte acerca de emoções e de momentos chave das nossas vidas e das decisões que podem mudar o curso de um país e de uma população.
terça-feira, 19 de maio de 2015
[Opinião] "Xerazade - A última noite" de Manuela Gonzaga (Bertrand)
Sinopse:
Xerazade - A Última Noite leva-nos aos meandros de uma fascinante tapeçaria narrativa, onde podemos encontrar referências díspares, quer de mitos clássicos ou pré-clássicos, quer ainda de histórias de encantar, juntamente com «memórias» soltas como «um colar de pérolas» desatadas, que a narradora, Xerazade, tenta reconstruir para confortar o amante que, inconformado, se recusa a deixá-la ir embora.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 200
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722530125
Opinião:
Quem não se lembra das 1001 noites e do fatídico destino que aguardava a princesa Xerazade? É uma história que nos acompanhou ao longo de toda a nossa infância e adolescência, na sua forma mais simples.
Em "Xerazade - a Última noite" é um romance que nos leva numa viagem por um ambiente mágico, a autora consegue levar-nos para um mundo místico em que as personagens estão envoltas numa onda de mistério e que nos fazem imaginar um mundo diferente do nosso com as suas nuances e pormenores.
Ao longo do livro acompanhamos as histórias que a personagem principal e narradora conta ao seu amante, que tenta não sair da sua beira. Acompanhamos os mitos e lendas já nossas conhecidas mas contadas de outros pontos de vista, gostei particularmente da história de Perséfone e como a sua mãe reagiu à sua perda.
A autora escreve de uma forma simples adornando a sua escrita com alguns floreados linguísticos.
Um livro acerca da perda e do amor.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
[Opinião] "O Jogo do Anjo" de Carlos Ruiz Zafón (Planeta)
Sinopse:
Na turbulenta Barcelona dos anos de 1920, um jovem escritor obcecado com um amor impossível recebe a proposta de um misterioso editor para escrever um livro como nunca existiu, em troca de uma fortuna e, talvez, de muito mais.
Com um estilo deslumbrante e impecável precisão narrativa, o autor de A Sombra do Vento transporta-nos de novo à Barcelona de o Cemitério dos Livros Esquecidos para nos oferecer uma aventura de intriga, romance e tragédia, através de um labirinto de segredos, onde o encantamento dos livros, a paixão e a amizade se conjugam num romance magistral.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 576
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896571931
Opinião:
Barcelona é uma cidade que pertence ao nosso imaginário como algo distante e um mistério longínquo que tem sempre algo a nos esconder ou a revelar. É um espaço do mitológico actual e que Carlos Ruiz Zafón explora de uma forma muito interessante neste livro.
"O Jogo do Anjo" é o primeiro livro do autor que leio e que apreciei bastante a sua forma de escrever.
Quando comecei a ler este romance não em apercebi da diferença temporal. Isto porque o tema e a abordagem do autor é bastante actual, directa e deixa espaço para o leitor explorar o mundo como pretender.
Este romance é um livro acerca de um escritor e de um desafio que lhe é lançado que até se pode pensar que é impossível de atingir. Enfim, um romance acerca de um romance.
As personagem criadas pelo autor são ricas e ganham vida própria ao longo do romance fazendo-nos companhia nos mais variados cenários descritos por este enquanto nos leva numa viagem pelas ruas de Barcelona.
E, como não podia faltar num romance, acompanhamos o desenrolar de um grande romance entre as personagens. Adorei conhecer estas personagens, que nos apresentam uma época completamente diferente e também relações diferentes.O autor consegue-nos colocar a sofrer, a rir e a chorar com as personagens e isso faz com que "O Jogo do Anjo" seja uma grande obra da literatura e Carlos Ruiz Zafón um grande autor.
sexta-feira, 24 de abril de 2015
[Opinião] "Escrevam a Dizer quem foi ao meu funeral" de Celso Filipe (Planeta)
Sinopse:
O Zé da TVI ficou atrofiado e chamou a Guarda, a Judiciária apareceu por arrasto a meter o nariz, mas o camarada Júlio Sebastião convocou a «sagrada família» e tomou medidas mais drásticas.
E é assim que irão chegar à aldeia de Silha da Palha, ou aos seus arredores, quatro figuras que estariam deslocadas do tempo e da realidade, se o tempo não fosse relativo e a realidade, amiúde, uma ficção. Hercule Poirot, o detective picuinhas; Jules Maigret, o comissário bonacheirão; Perry Mason, o advogado sedutor, e Nero Wolfe, o investigador asceta…
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 132
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896576134
Opinião:
A primeira coisa que me chamou a atenção acerca deste livro foi o t+itulo: "Escrevam a Dizer como foi o meu Funeral" é um pouco mórbido mas deixa-nos cheios de curiosidade para descobrir quem foi que pronunciou estas palavras e fez um pedido tão estranho e invulgar. E também quem acederia a tal pedido e de que forma este seria realizado,
O livro é bastante pequeno e de rápida leitura o que permitiu ao autor manter o ritmo acelerado que impôs à acção. Acabamos por nos envolver na história e não notamos o avançar das páginas graças aos pequenos capítulos que os constituem. Cada momento que passa nos surpreendemos e o autor consegue escrever com bastante humor.
O pormenor mais interessante deste livro é o facto do autor ter invocado os grandes escritores e personagens mortos da literatura policial e os ter usado para desvendar o crime.
este livro é uma deliciosa mistura entre a realidade e a ficção, unindo personagens do dia a dia e tambén personagens conhecidas da ficção.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
[Opinião] "O Homem do Puzzle" de Fausta Cardoso Pereira (Planeta)
Sinopse:
Um contabilista misantropo, uma secretária tatuada, um Mestre impressor reconvertido e o Filho do Senhor Engenheiro: onde se esconde a peça que falta à paisagem mais difícil do mundo?
Diz-se que basta pôr um pauzinho na engrenagem para fazer descarrilar todo um sistema. Tirar um pauzinho pode ter o mesmo efeito. Estaremos prontos, no momento certo, para dar o salto, abrir a porta e fugir das prisões que construímos?
Um contabilista solitário tem um vício secreto, que alastra pelas paredes da sua casa – cuidadosamente fechada a olhares exteriores – e pelas horas nocturnas, roubadas à vida oficial e vazia de interesses que lhe preenche os dias. Até que um pequeno imprevisto abala de forma dramática esta ordem de coisas: a falta de uma peça entre nove mil outras pode fazer tombar uma fábrica, uma sociedade, várias vidas. E ligar os destinos de desconhecidos que fazem, ainda que o não saibam, parte de um mesmo puzzle...
Uma fábula sobre a paralisação e a mudança, a dificuldade de agir e a importância fundamental de não perdermos um horizonte de liberdade, contada por uma ficcionista que se revela numa escrita clara e num olhar acutilante sobre o mundo e a matéria humana, triste e alegre, que o constrói.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 176
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896575946
Opinião:
"O Homem do Puzzle" é o primeiro livro que li de Fausta Cardoso Pereira. É um livro bastante pequeno e de leitura rápida que nos vai fazer entrar num mundo muito diferente do que estamos habituados.
Desde pequena que achei engraçado fazer puzzles, mas nunca dediquei muito tempo a essa actividade, sempre quis fazer um daqueles grandes com mais de mil peças, infelizmente nunca tive tempo para isso e portanto sempre adiei. Quando vi o tema deste livro achei que seria interessante.
Fausta Cardoso Pereira mostrou-me uma pessoa que levou um passatempo ao extremo que se tornou um vício que tinha de manter e do qual sentia vergonha da sua vida e do que fazia. Mário, de seu nome, tentava recuperar a alegria na sua vida e usava como escape os puzzles pelo desafio que eles proporcionavam mas também mas também pela sensação de escape à realidade que iniba os seus sentimentos e a realidade. Esta alienação é bem patente na descrição da página 15:
Eram sete horas do dia dez de Fevereiro e corria-me no sangue a urgência de despir o puzzle, de rasgar o papel cor de tijolo para o ver e inspirar-lhe o cheiro. Queria lançar-lhe as mãos em todo o volume ainda por ordenar e deslizar milimetricamente a ponta dos dedos pelas extremidades de cada peça, em busca de qualquer rugosidade que me ajudasse a identificar a individualidade de cada uma.
Este pequeno excerto poderia referir-se ao puzzle como a qualquer outra situação, uma relação por exemplo.
"O Homem do Puzzle" é muito mais do que apenas um livro acerca de um passatempo, é também uma viagem introspectiva acerca da essência humana e da busca da felicidade que muitas vezes será inalcançável.
Um livro que vai fazer o leitor ficar agarrado com o seu ritmo rápido e que nos faz pensar bastante e ponderar sobre o que é mesmo a felicidade e porque será que esta é tão difícil de alcançar...
quarta-feira, 25 de março de 2015
[Opinião] "Hotel Sunrise" de Victoria Hislop (Porto Editora)
Sinopse:
Famagusta, no Chipre, é uma cidade dourada pelo calor e pela sorte, o resort mais requisitado do Mediterrâneo. Um casal ambicioso decide abrir um hotel que prime pela sua exclusividade, onde gregos e cipriotas turcos trabalhem em harmonia.
Duas famílias vizinhas, os Georgious e os Özkans, encontram-se entre os muitos que se radicaram em Famagusta para fugir aos anos de inquietação e violência étnica que proliferam na ilha. No entanto, sob a fachada de glamour e riqueza da cidade, a tensão ferve em lume brando…
Quando um golpe dos gregos lança a cidade no caos, o Chipre vê-se a braços com um conflito de proporções dramáticas. A Turquia avança para proteger a minoria cipriota turca e Famagusta sucumbe sob os bombardeamentos. Quarenta mil pessoas fogem dos avanços das tropas.
Na cidade deserta, restam apenas duas famílias. Esta é a sua história.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 352
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04730-4
Opinião:
Ainda há pouco tempo, vi um documentário na televisão acerca da Famagusta e quando li a sinopse deste romance achei que seria interessante ler e o livro suplantou as minhas expectativas. Eu já tinha lido o "A Ilha" desta autora e tinha adorado e portanto tinha uma fasquia elevada para este livro e portanto também tinha um pouco de receio que a autora falhasse e que "Hotel Sunrise" não fosse um livro tão bom.
Vitoria Hislop, leva-nos numa viagem por um mundo cheio de movimento, de projetos e de promessas que não chegaram a ser cumpridas. Neste livro vemos como as vidas das personagens podem mudar de um momento para o outro (tal como na vida real).
Um dos aspectos que mais me chamou a atenção foram as referências históricas e todo o trabalho de pesquisa que a autora teve de fazer para que a história estivesse correcta e não induzir o leitor em erro.
Aphroditi é descrita pela autora como uma mulher sensual e bela tal como a Deusa que lhe deu o nome. Ao longo do livro ela parece-nos uma contradição, por vezes ela quer ser mais do que lhe dão crédito, outras comporta-se exactamente como esperam dela. Esta personagem evolui bastante ao logo do livro e vai-nos surpreender.
A personagem que mais detestei foi o Savvas o marido de Aphroditi, achei-o demasiado egoísta e arrogante, Repleto de ideias de grandeza e que dava pouca importância à mulher, tratando-a como um objecto que possuía.
Os momentos mais dramáticos são descritos nos capítulos pós-ocupação, quando as duas famílias estão isoladas e têm de depender uns dos outros e confiarem. Estes momentos dão emoção à história e não vão deixar os leitores indiferentes. Eu senti o coração apertado em vários momentos o longo da história.
sábado, 7 de março de 2015
[Opinião] "Dá-me só mais um pedaço de Luar" de Daniela Guerreiro (Chiado Editora)
Sinopse:
"Somos nós que construímos o nosso próprio puzzle, peça por peça, mão por mão, lágrima por lágrima, sorriso por sorriso."
É com estas palavras que precedem a narrativa de uma vida, que poderia ser a minha ou a sua, que Marta Correia, uma mulher de 37 anos, nos dá a conhecer, de forma clarividente, a sua caminhada de alegrias e perdas, de conquistas e desventuras…
Dá-me só mais um pedaço de luar celebra a essência da vida e desperta-nos para a necessidade de nunca desistirmos de lutar: as peças da vida estão dentro de uma caixa cuja tampa não apresenta o desenho da figura final. Somos nós os jogadores que, expostos à aleatoriedade da sorte, procuramos encaixar os pedaços por tentativa-erro. Estamos sujeitos aos caprichos de um destino que nos transcende, mas vamos vencendo as mais diversas batalhas, ao movermos as diferentes peças para a posição que consideramos mais adequada. É por isso mesmo que é tão fácil identificarmo-nos com Marta. Com ela, como na vida real, somos cúmplices de momentos plenos de realizações, mas não deixamos de testemunhar a dor, a desilusão, a doença, a tragédia…Quando ameaçada pela própria vida, Marta apercebe-se que há que viver a vida na sua plenitude, para que, quando encaixarmos a última peça do puzzle, não tenha ficado nada por dizer, nada por sentir, nada por fazer.
Susana Amante
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 278
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789895110957
Coleção: Viagens na Ficção
Opinião:
Há personagens que simplesmente me irritam muito, e Marta Correia é uma dessas personagens, a sua indecisão dá cabo da minha paciência. Mas, a verdade é que muitas pessoas são como esta personagem é. Pode-se mesmo dizer que é um cliché da literatura o que limita muito o livro e nos vai fazer antever muitos dos passos que ela pode dar ao longo do livro e quando é colocada perante uma situação qualquer.
Este é um romance de uma vida mas falha por vezes por se desenrolar muito depressa. Há momentos em que preferia que a autora parasse para pensar cinco minutos e nos mostrasse algo mais acerca da personagem e podiam fazê-la evoluir ainda mais. Mas a autora optou por não o fazer.
O Diogo é por assim dizer resistente. Vamos vê-lo a permanecer na vida apesar de todas as inseguranças e atitudes da personagem principal.
O livro em si precisava de um pouco mais de trabalho e de exploração. A autora podia ter apostado mais me certos aspectos e ter melhorado algumas coisas. Mas no geral é um livro interessante.
[Opinião] "Outlander - A Viajante" de Diana Gabaldon
Sinopse:
«Estava morto. No entanto, o seu nariz palpitava dolorosamente, coisa que lhe era estranha, dadas as circunstâncias.»
Assim começa o terceiro livro da série Outlander, em que ficamos a saber que, afinal, Jamie Fraser não morreu no campo de batalha de Culloden. De volta ao século XX, Claire fica em choque com a notícia de que Jamie está vivo, mas, muito mais que isso, fica radiante. Ouvimos a história de Jamie, como ele mudou, tentando alcançar uma vida a partir dos pedaços da sua alma e do país que deixou para trás, e o breve relato de Claire sobre os 20 anos que passaram desde que o deixou em Culloden, enquanto Roger MacKenzie e Brianna, filha de Claire e Jamie, se aproximam das pistas do passado, numa busca incessante por Jamie Fraser. Será que o podem encontrar? E se o conseguirem, Claire voltará para ele? E se ela o fizer… o que se sucederá?
Dos fantasmas de Samhain nas terras altas da Escócia para as ruas e bordéis de Edimburgo, do mar turbulento e das aventuras nas Índias Ocidentais, percorremos páginas de história repletas de revolta, assassínio, vodo, fetiches, sequestros, e um sem-número de inúmeras aventuras. Por detrás de todas elas, porém, jaz a questão de Jamie:
«Vais aceitar-me, Sassenach? Arriscar no homem que sou ao invés do homem que conheceste?»
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 824
Editor: Casa das Letras
ISBN: 9789724622576
Coleção: Outlander
Opinião:
Quando olhamos para um livro com mais de 800 páginas a nossa mente começa logo a imaginar as divagações que o autor deve ter feito ao longo do livro e já nos colocamos a pensar na grande maçada que seria ler esse mesmo livro. Mas, recentemente, temos assistido a um nascimento de um novo tipo de literatura em que livros deste tamanho estão repletos de acção e até são bastante interessantes e surpreendentes. O facto que me levou a demorar tanto tempo a ler este livro, foi o facto de não ter livro os dois outros que o precederam.
A premissa desta colecção é bastante interessante. A acção desenrola-se em torno do amor entre as duas personagens principais que estão separadas não por quilómetros mas sim por tempo, mais precisamente por 200 anos. Mas, o facto de não ter lido os livros anteriores dificultou a minha leitura e também compreensão do romance.
Apesar da sua extensão o livro não se torna repetitivo e os sucessivos desencontros e reencontros de personagens assim como novas personagens que se juntam ao elenco vão captar a atenção do leitor e o deixar agarrado às páginas.
Quanto à homogeneidade do romance, não me posso pronunciar em relação à mesma porque não li os anteriores, como já referi, e portanto isso não me permite elaborar muito sobre o assunto.
Por vezes custou-me a seguir a história devido aos saltos de narrador, que umas vezes está na primeira pessoa e noutros momentos está na terceira. Isso é um ponto negativo do livro.
No geral é um romance interessante que continua uma saga já conhecida do público.
[Opinião] "O amor da tua vida" de Cecilia Ahern (Editorial Presença)
Sinopse:
Contra toda a lógica da teoria das probabilidades, Christine Rose vê-se, no curtíssimo espaço de um mês, por duas vezes diante da iminência de assistir a um suicídio. No primeiro caso, o de Simon Conway, não conseguiu impedi-lo. Mas quando, uma noite, ao atravessar a ponte de Ha´ penny, em Dublin, se depara com um homem, que ameaça atirar-se ao rio, Christine promete a si mesma que desta vez não irá falhar. Adam Basil, é este o nome do misterioso estranho, não pode morrer. Tem então uma ideia inusitada: fazer um pacto com ele. Compromete-se a, até ao dia do seu 35º aniversário, a duas semanas de distância, fazê-lo apaixonar-se de novo pela vida.
O Amor da Tua Vida traz-nos Cecelia Ahern no seu melhor, com uma história capaz de nos comover, divertir e apaixonar.
Ficha Técnica:
Coleção: Champanhe e Morangos
Nº na Coleção: 57
Data 1ª Edição: 04/11/2014
Nº de Edição: 1ª
ISBN: 978-972-23-5404-2
Nº de Páginas: 280
Dimensões: 150x230mm
Opinião:
Eu conheci a autora Cecilia Ahern por coincidência quando li pela primeira vez o livro "Para sempre, Talvez" e que já foi criticado aqui no blog anteriormente. Acabei por ficar rendida a esta autora e à sua forma de escrever. Neste livro, "O amor da tua vida" o registo da autora é completamente diferente do volume anterior, aqui a autora narra os acontecimentos ao invés de escrever as correspondências entre as mesmas. Esta forma de escrever foi bastante interessante e mostrou uma capacidade diferente da autora e a sua versatilidade.
Este livro começa de uma forma violenta e se formos ler a sinopse parece ter uma premissa muito triste e a Christine parece ser uma pessoa bastante azarada para se ver duas vezes envolvida em duas situações complicadas e por isso acaba por tomar decisões que vão mudar a sua vida de uma forma imprevisível e a colocam muitas vezes em situações perigosas. Christine parece ser uma mulher muito guiada pelos seus sentimentos e reage de acordo com eles.
Por seu lado, Adam é o contante pessimista que nos leva à irritação. Mas, depois entranha-se na nossa pele e não conseguimos deixar de lhe desejar tudo de bom e que consiga superar os seus receios e inseguranças.
A história entre os dois é surpreende e tem momentos de humor, a autora consegue por-nos a questionar se realmente eles vão ficar juntos, se a Christine consegue salvar o Adam ou não.
Este foi um livro que me custou a iniciar a ler, mas que depois me cativou profundamente e me proporcionou umas boas horas de leitura. O final esse deixo para vocês descobrirem. Será que ela o vai salvar?
sexta-feira, 6 de março de 2015
[Opinião] "A Educação de Felicity" de Marion Chesney (Edições ASA)
Sinopse:
Numa época em que as mulheres da nobreza só dispõem de duas opções - casar ou esperar que um parente rico morra - as irmãs Tribble não têm sorte nenhuma. Não só ainda não encontraram o amor como, após anos de bajulação a uma intratável tia velha, veem o seu nome apagado do testamento aquando da sua morte.
As românticas Amy e Effie Tribble sonhavam com ricos jantares de carne assada e batalhões de criados aduladores mas agora estão oficialmente na penúria. Ironicamente, é neste cenário desolador que lhes ocorre uma ideia brilhante: colocar a sua educação esmerada ao serviço das jovens mais "difíceis", apresentá-las à sociedade e arranjar-lhes casamento.
Não contavam que a sua primeira cliente fosse Lady Felicity Vane, cuja rebeldia ameaça enlouquecer a sua própria mãe e arruinar o projeto sentimental de Amy e Effie. A jovem prefere caçar com os amigos a pensar em casar. Mal ela sabe que o seu suposto pretendente é o homem que mais a irrita (e que mais irritado se sente por ela). Felicity nunca admitirá que o seu coração treme ao ver Charles Ravenswood, principalmente porque o elegante marquês parece não ter paciência nenhuma para as suas extravagâncias. O clima entre ambos é tão tenso que, se soubessem o que as irmãs planeiam, o resultado seria, no mínimo, desastroso…
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 240
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892330167
Opinião:
Eu não conhecia a obra de Marion Chesney e o que me atraiu neste livro foi, em primeiro ligar, a sua capa que, como podemos ver acima é fora do vulgar e nos mostra uma nova aposta e nos remete à época vitoriana em que decorre a acção. Depois a sinopse fez com que a minha curiosidade levasse a melhor sobre mim e acabasse por ler este livro.
Quando comecei a ler achei interessante a premissa de termos duas senhoras que, um dia já tiveram as atenções da sociedade, se vêm esquecidas e ignoradas, acabando por terem de se sujeitar a trabalhar de forma a conseguirem ter algum dinheiro para sobreviverem. Mas, nesta época as mulheres não podiam trabalhar como actualmente e estas têm de ser criativas. Amy e Effie são duas personagens que são olhadas com algum gozo por parte dos outros membros da sociedade, as suas roupas, velhas e gastas, são alvo de comentário e o facto de ainda esperarem pelo seu príncipe encantado também as torna alvo do ridículo e de comentários maliciosos por parte de pessoas menos tolerantes.
Apesar destas duas personagens serem as percursoras da história, a autora centrou-se mais na personagem da jovem Lady Felicity Vane, uma jovem aristocrata rebelde cujo comportamento impróprio a coloca como um embaraço para a família e a torna uma rebelde que as duas irmãs têm de dobrar e encontrar um pretendente que esteja minimamente interessado nesta apesar do seu comportamento, que por vezes é demasiado exagerado. As irmãs têm como conselheiro e cavaleiro andante o Marquês Charles Ravenswood. Será que entre os dois vai nascer algo, mesmo sabendo este da natureza rebelde de Felicity.
Quando li este livro, senti-me remetida para a época e a forma como Marion Chesney escreve lembra-me os livros da Jane Austen um pouco mais modernos e mais actuais.
"A Educação de Felicity" é um excelente inicio para uma série deixando uma promessa de sucesso e curiosidade acerca da próxima jovem que irá parar às mãos temíveis das duas irmãs que tentam amansar as maiores feras da Sociedade Vitoriana.
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