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domingo, 2 de março de 2014

[Opinião] “Vingança Quebrada” de Jennifer Hawkins (Chiado Editora)


Sinopse:

“Latif ainda desembainhava a sua espada a sua espada quando Astrid se arremessara contra ele obrigando-o a desviar-se. Ouviu-se o som metálico raspar sobre as pedras e ele sentiu mesmo o vento ao lado da orelha, quase o ensurdecendo. Elevou os braços e desceu-os para encontrar a defensiva dela. Era rápida. Faíscas bailaram em todas as direcções. Ele era rápido. Afastaram-se lentamente, sempre fitando os movimentos do outro.

Defrontavam-se de igual para igual, sem sexo, idade ou função. Dançaram para a direita e esquerda, frente e trás, estudando os pontos fracos e fortes do que derrotariam. O resto desaparecera, só eles e esta oportunidade existia. Uma guerra mal terminada no passado e futuro. Todo o ódio, raiva, atracção, loucura aqui se uniam numa luta de verdadeiros titãs.”

“Acariciando-lhe o rosto ela tremeu sob o seu toque quente. Já não parecia existir frio algum. A sua respiração aumentou de ritmo e o seu peito movia-se depressa. Também ele se sentiu nervoso, com o descontrolado compasso do seu coração.

Ela fechou os olhos, colocando a mão sobre a sua e ele inclinou-se, tocando os seus lábios com os dele.”

Ficha Técnica:

Autor: Jennifer Hawkins
Colecção: Viagens na Ficção
Páginas: 118
Data de publicação: Dezembro de 2013
Género: Ficção
ISBN: 978-989-51-0748-3

Opinião:

“Vingança Quebrada” é o romance de estreia de Jennifer Hawkins. O livro é bastante pequeno, a acção desenrola-se a uma velocidade muito rápida e o ambiente está pouco explorado. A autora podia ter explorado e desenvolvido melhor e com mais pormenores certos momentos do livro. Isto apenas viria a ganhar com isso e aumentar pelo menos mais 100 páginas no romance.

A ideia central da autora está bastante interessante e esta consegue manter o suspense até ao último momento, o que faz com que o leitor mantenha o seu interesse ao longo do romance. A autora tem uma forma de escrever bastante fluida e lemos as várias páginas sem nos apercebermos, rapidamente chegamos ao final e temos a sensação que falta algo, que podíamos ter mais material de leitura.

As personagens que a autora criou estão desenvolvidos, mas há algo que falta, temos estereótipos e as personagens fazem aquilo que prevemos, não há surpresas nem reviravoltas, são consistentes com o papel que vão assumir no romance e assim permanecem.


No geral é uma história interessante que poderia ter sido mais desenvolvida e trabalhada.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

[Opinião]"Quinto Império" de Rafael Santos (Chiado Editora)


Sinopse:

Numa realidade onde se instituiu nos meados do século XVIII uma secularização radical – as religiões foram abolidas das constituições e a prática pública dos credos proibida –, floresce no Portugal do novo milénio uma marginalizada ordem religiosa de inspiração cristã (os Querubins) profundamente empenhada na mudança das mentalidades ateias. Uma ordem, no entanto, dividida entre duas facções com visões distintas do futuro da humanidade e sua imediata e redentora relação com Deus: de um lado um intransigente grupo que abomina o laicismo, que exige politicamente o fim da secularização, e que não se abstém de utilizar o terror como poderosa arma de conversão dos ímpios na hora da Indulgência; do outro, uma ala moderada que deposita as suas esperanças numa profecia que preconiza a bem-aventurada salvação do Homem, convertendo-o pacificamente aos ensinamentos de Cristo; proporcionando à Humanidade uma alternativa à ira de Deus certificada no Livro do Apocalipse.

A protagonizar esta esperança está um casal adolescente que descobre em Sintra uma água com propriedades místicas que acaba por se tornar a derradeira ferramenta para a concretização da velha profecia do Quinto Império.Ao investirem profunda e ingenuamente nos seus nobres objectivos, David e Sara dão consigo imersos numa pesada trama conspirativa perpetrada por fundamentalistas, um intransigente grupo que planeia perversamente o uso daquela mesma água para um choque à escala internacional, capaz de espoliar a civilização de todas as comodidades do mundo moderno, impondo ao Homem a humildade perdida.

Quinto Império (Passado) é a primeira parte de uma trilogia que retrata o empenho de duas facções com diferentes ideais de apoteose, passíveis de aproximar o homem de Deus – criando assim o definitivo império espiritual na Terra; uma geração constantemente confrontada com uma sociedade ateia que parece temer a opressão dos dogmas e a imposição de utopias religiosas.

Ficha Técnica:

Autor: Rafael Santos
Colecção: Viagens na Ficção
Páginas: 536
Data de publicação: Junho de 2013
Género: Ficção
Preço: 17,00 €
ISBN: 978-989-51-0396-6

Opinião:

Este é o romance de estreia de Rafael Santos, o qual se estreia com uma trilogia. Uma aposta arriscada por parte do autor.

Neste romance o autor toma a premissa que todas as religiões podem ter extremistas e neste caso os extremistas são católicos. Num universo em que houve uma separação total dos poderes e que o estado é totalmente laico, a religião é vista como algo do passado e desactualizada e queque deixou de ser seguida pela população geral.

O livro inicia-se com um acontecimento dramático que vai marcar todo o tom utilizado e os eventos que se seguem.

O autor utilizou com bastante eficácia o conhecimento que temos acerca dos casos de fanatismo e lavagens mentais por parte das seitas religiosas. O romance lê-se facilmente quer pela forma de escrita do autor quer pelo tipo de letra que o autor utilizou.

O universo do autor é credível e ele tornou-o o mais realista possível. Deixando o leitor entrar na história facilmente e seguir as personagens ao longo do livro.

Os personagens são credíveis e as suas reacções compatíveis com as suas personalidades.
O autor decidiu escrever o livro em várias fazes, umas no passado e outras no futuro para que compreendêssemos os eventos e a forma como as personagens chegaram até àquele ponto. E isso foi uma boa técnica que ele utilizou.


O cina em aberto deixa-nos com curiosidade de saber mais.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

[Opinião] “Engitiae Parte 1 Escapatória” de Maria Mafalda Fernando (Chiado Editora)


Sinopse:

Num mundo feito de destinos traçados, nasce uma rapariga com a capacidade de escrever o seu.

Tendo crescido no confinamento da Casa Navrael, instituição onde foi desde cedo ensinada que pouco mais há para além da mente humana, Ealin nunca teve o mais pequeno vislumbre do mundo que a rodeava. No entanto, a sua fome de liberdade e conhecimento leva-a, contra todas as convenções, a tomar as rédeas do seu próprio destino e aventurar-se para lá da muralha que sempre delimitara o seu universo.

Perdida e sozinha face ao desconhecido, a jovem rapariga inicia então uma incessante busca de respostas e orientação num mundo repleto de perigos e segredos, enquanto trava uma luta interior contra misteriosas forças que procuram demovê-la do seu objetivo. Depressa se torna evidente que a sua terra natal não se encontra nem próxima do que ela imaginara - e que há algo de muito errado na província em ascensão, Nehsüan.

Assim, sem fazer por isso, Ealin vai tornar-se a chave para a libertação de Nehsüan da estranha tirania a que está sujeita… ou a arma para a sua destruição.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 516
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789895101993
Coleção: Viagens na Ficção

Opinião:

O campo da fantasia em Portugal é uma área da literatura bastante desconhecida e pouco explorada.

“Engitiae” é uma história de fantasia que é mais orientada para o público mais jovem que aprecie fantasia e procuras épicas. Quanto à história em si, esta tem potencial, mas ainda necessita de ser trabalhada e mais explorada, porque há partes que podiam ser mais expandidas e trabalhadas para terem mais pormenores e detalhes. A linguagem utilizada pela autora é mais orientada para o seu público-alvo, sem grandes floreados linguísticos nem grandes artifícios. Como narradora escolheu a personagem principal, Ealin, a qual nos apresenta os acontecimentos do seu ponto de vista. Isto limita muito o nosso conhecimento da história e dos eventos, fazendo com que nos identifiquemos melhor com Ealin do que com as outras personagens, já que a conhecemos mais intimamente.

Um ponto positivo deste romance é que tem poucas personagens, auxiliando assim ao leitor seguira história e as personagens secundárias tornam-se memoráveis por esse motivo. Isto também permite à autora escrever mais livremente e evitar incongruências na história.


Ainda há muito para explorar neste Universo e Ealin ainda é muito inocente e jovem. Há muito que tem de ser explorado e contado neste mundo criado por Mafia Mafalda. O final do livro deixa-nos a imaginar o que acontecerá de seguida. Será que vamos saber finalmente quais são os papeis de todas as personagens na trama?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

[Opinião] “Bonebreaker Parte II” de Sara Reis (Chiado Editora)


Sinopse:

Após ter abdicado de tudo, incluindo o seu nome, Sara – como agora é conhecida – parece estar cada vez mais longe de voltar a encontrar o seu irmão. Ao desenvolver sentimentos por Hugo, a sua situação complicou-se. Sara não sabe se deverá continuar a usá-lo para chegar ao seu irmão, ou se deverá confessar a verdade e pedir-lhe que a ajude.

Contudo, os seus pensamentos e a sua opinião podem vir a mudar ao desvendar um dos grandes segredos que Hugo sempre escondera dela. Sem perceber as dimensões dos problemas em que Hugo está metido, Sara acaba por envolver-se, e aos poucos, apercebe-se de quem ele realmente é. Para dificultar, Nuno está cada vez mais forte e não desiste enquanto não conseguir vingar-se do irmão.

Com medo das consequências, Hugo tenta esconder todo o seu passado a sete chaves o que se torna numa tarefa difícil quando membros da sua família acabam por conhecer Sara.

Entretanto, Sara questiona-se se Hugo será realmente de confiança devido a todo o mistério.

Será que Hugo é mesmo o chefe da Bonebreaker? Ou terá sido tudo apenas uma coincidência?

Ficha Técnica:

Autor: Sara Reis
Colecção: Viagens na Ficção
Páginas: 444
Data de publicação: Junho de 2013
Género: Literatura Fantástica
ISBN: 978-989-51-0315-7

Opinião:

A primeira parte do livro foi criticada aqui no Blog anteriormente.

Nesta segunda parte vemos as respostas às questões que ficaram em aberto no volume anterior. O melhor deste livro é que fecha todos os pontos em aberto. Esta segunda parte é muito mais dedicada à relação entre os dois e a acção aparece tardiamente no romance.

Esta conclusão fica um pouco confusa inicialmente e por vezes tive reler partes para a compreender. As repetições do primeiro volume continuam para o segundo, a autora podia ter revisto e procurado alguns sinónimos. Também falta um pouco de ambientação no local, sabemos que a acção se passa em Leiria mas a maioria dos leitores podem não conhecer esta cidade e deveria descrever um pouco mais os locais desta bela cidade.

As personagens mantêm-se como no volume anterior, Hugo sendo sem dúvida igualmente consistente na segunda parte.

Sara Reis deixou-se dispersar muito e há muitas coisas que ficaram mal exploradas e que podiam ter sido mais levadas em conta.


As capas de ambos os volumes têm uma capa excelente, são bastante apelativas e originais. No geral é uma história interessante e que podia ter sido mais explorada e com mais pormenor dando mais enfâse à acção em si, já que inicialmente me fez lembrar muito a série de televisão Nikita.

[Opinião] “Bonebreaker Parte I” de Sara Reis (Chiado Editora)


Sinopse:

Com a intenção de curar o irmão de uma doença, para ela desconhecida, Raquel com cinco anos de idade cede à pressão de um completo estranho que se oferece para ajudar. Sem ter mais ninguém a quem recorrer, Raquel fica dependente desse sujeito que a acolheu e ajudou, mudando a sua vida radicalmente.
Obtendo uma nova identidade, treinos rigorosos e crescendo num ambiente de desconfiança, inveja e ganância, Raquel é obrigada a trabalhar para mafiosos que têm como principal atividade matar pessoas. Para ela não é nada de outro mundo visto que ela própria esconde um segredo: ela é um canibal.
Contudo, a sua única intenção é poder reencontrar-se com o seu irmão que partiu para ser hospitalizado. Raquel tem vários planos em mente para convencer toda a gente de que está do seu lado e obter informações acerca do irmão. Mas a situação complica-se quando esta se apercebe de que está a apaixonar-se pelo homem que deveria enganar e que este homem não é humano.

Ficha Técnica:

Autor: Sara Reis
Colecção: Viagens na Ficção
Páginas: 624
Data de publicação: Junho de 2013
Género: Literatura Fantástica
ISBN: 978-989-51-0209-9

Opinião:

O que me suscitou interesse neste livro foi a sua sinopse. “Bonebreaker” prometia ser um livro de grande acção.

Sara Reis teve uma ideia bastante interessante e a sua interpretação das diversas espécies de criaturas e as suas características. Ao longo do livro ficamos a conhecer as mais variadas espécies e os seus costumes. A primeira quarta parte do livro é uma excelente introdução a um livro de acção. Mas depois a autora fala mais do romance entre duas das personagens principais e a história que parecia ser a base central, passa a ficar em segundo plano.

A melhor personagem deste livro é mesmo o Hugo, este é bastante consistente ao longo da história e provoca ao leitor todo o tipo de sentimentos. Quanto à Raquel/Sara, parece ser um pouco mais volátil e não tão consistente, isso também se pode dever à tenra idade desta personagem.

A autora faz uma boa abordagem ao tema, utilizando como narrador a personagem da Sara, o que limita um pouco o conhecimento geral dos eventos. Era necessário rever um pouco mais o livro porque existem algumas repetições.


No geral é um livro que tem um tema interessante, fiquei curiosa para saber o que é que a autora vai fazer de seguida.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

[Opinião] “Eu, Ela e os vampiros” de Carlos Rodrigues (Chiado Editora)


Sinopse:

"A noite sempre foi o seu palco favorito, embora nos últimos tempos, agraciados com o imenso poder do Vampiro Supremo que tinha grande parte do seu mundo no seu controlo, pouco se cuidavam com a estratégia dos seus ataques, destruindo tudo e todos à sua passagem, sem cessar, sem misericórdia..."
Na mente de Diana surgiu o globo azul que, lentamente, era tingido por manchas negras, ouviu gritos de dor, viu homens a lutarem contra sombras roxas e aldeias a serem destruídas. Florestas inteiras ardiam e os montes cediam à força de um exército negro que, liderado por uma criatura grotesca, marchava sobre o mundo...

Mesmo quando todo o mundo parecia conquistado, uma intensa luz branca brilhou e fez a onda negra recuar. A luz branca fez a Diana virar-se na cama repetidamente, até despertar, encharcada em suor.

Ficha Técnica:

Autor: Carlos Rodrigues
Colecção: Mundo Fantástico
Páginas: 148
Data de publicação: Setembro de 2012
Género: Ficção
ISBN: 978-989-697-650-7

Opinião:

“Eu, Ela e os Vampiros” é um livro pequeno onde o tema abordado é, o já muito abordado, conflito com os vampiros. De uma forma ou de outra, muitos autores já pegaram neste tema e o moldaram à sua ideia de uma forma mais ou menos bem-sucedida. Carlos Rodrigues apresenta-nos uma história com um ritmo acelerado e sem muitas descrições. O que se torna um pouco complicado na contextualização da acção por parte do leitor. As coisas são aceites muito facilmente pelos personagens. O livro deixa em aberto muitas questões que o autor ainda tem de responder.

As personagens foram pouco exploradas e ainda prometem muitas surpresas, estão ainda um pouco verdes e podem ser aprofundadas, quer as suas personalidades quer as suas capacidades sobre-humanas.

A história em si foge um pouco à literatura actual deste tema, em que os vampiros são tomados como seres cruéis e vis e sem qualquer consciência. O autor podia ter explorado mais alguns aspectos neste primeiro volume e torna-lo mais viciante e interessante.


O final em aberto deixa-nos a esperar pela continuação e evolução do autor.