Ficha Técnica:
Título: Revolução Paraíso
Págs.: 360
Capa: mole
PVP: 16,60 €
Sinopse:
Enquanto nas ruas se decide o
futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto vive-se um misto de
enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de uma novela: com
sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num ambiente de revolução
apaixonado. O rebuliço generalizado tem repercussões no alinhamento do jornal e
no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do Sodré. A revolução é o tópico
das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da Gazela Atlântica, contribuindo
para o exacerbar das tensões latentes entre o patrão Adamantino e os
funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as manigâncias de um ex-PIDE
foragido, os comentários de um taberneiro e as intromissões de um proxeneta e
de uma prostituta agravam ainda mais a desordem ameaçadora que paira no ar.
Nada foi igual na vida dos portugueses após a Revolução dos Cravos. Nada foi
igual na vida da “família” Gazela Atlântica após o 25 de Abril.
Opinião:
Trinta e Nove anos passaram desde
o 25 de Abril e já muito foi dito acerca desta época. Paulo M. Morais arriscou
muito ao estrear-se com um romance num tema já tão explorado. “RevoluçãoParaíso” é o seu romance de estreia. Apesar disto ele consegue mostrar-nos um
lado mais humano, mais ligado ao povo, da revolução.
O autor decidiu abordar, neste livro,
os tempos conturbados pós-revolução. Na Gazeta
Atlântica, ainda se vive em conflito com a adaptação a um mundo sem
ditadura e sem censura, nesta época de transição um pequeno deslize podia levar
a uma pessoa podia ser apelidada de reacionária.
Paulo M. Morais foi bastante fiel
aos factos históricos conhecidos. Isto revela todo o trabalho de investigação que
ele desenvolveu para o romance “Revolução Paraíso”.
As personagens que ele criou são
bastante realistas e o autor conseguiu transmitir com sucesso os seus
sentimentos e pensamentos ao leitor. Conseguimos sentir empatia com estas e os
seus problemas, amores e desamores. Cada um estava preso às suas ideias e
vivências. A maioria das personagens são masculinas, tendo apenas duas
femininas a Eva e a Pandora, pelos seus nomes dão um anúncio de desgraça para o
futuro das personagens do livro.
Quanto à evolução da acção, esta
varia entre momentos mais rápidos e momentos mais parados, estes são as partes
da Eva. Nesta parte, o autor tem um contacto mais directo com o leitor,
alterando entre um narrador na terceira e um na primeira pessoa (Eva), nesta
parte o autor é mais intimista e introspectivo. Mostrando assim a sua
versatilidade de escrita e o seu domínio dos dois tipos de narradores, já que
ambos não se encontram em conflito.
É um livro bastante interessante
para todos os portugueses porque relembra os motivos pelos quais tanta gente
lutou contra a ditadura.
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