domingo, 2 de junho de 2013

[Opinião] “Tem Bons Sonhos” de Massimo Gramellini (Bertrand Editora)


Sinopse:

Um romance sobre a verdade e do medo de a conhecer.

Tem Bons Sonhos é a história de um segredo e de uma busca que dura quarenta anos. É a história de um menino, e depois de um adulto, que aprenderá a enfrentar a maior das dores, a perda da mãe, e o monstro mais insidioso: o medo de viver. O protagonista deste romance anda em bicos de pés e de cabeça baixa porque o céu lhe dá medo, e a terra também. O autor conta a fragilidade e a dor de uma vida privada do seu suporte mais sólido. Uma luta incessante contra a solidão, a inadaptação e a sensação de abandono, contada com paixão e uma ironia subtil. No fim, a conquista do amor e de uma existência plena e autêntica possibilitará finalmente ao protagonista assentar os pés na terra e erguer o olhar ao céu.

Um livro dedicado a todos os que na vida já perderam alguma coisa valiosa.

«Gramellini domina a arte de escrever sobre as emoções.»
 Corriere della Sera

«O livro de Gramellini ensina-nos a gostarmos mais de nós mesmos.»
Sette

«O livro de Gramellini fala comigo, fala à memória da minha infância, à dor e à procura de sentido de todos nós.»
La Stampa

Ficha Técnica:

Género: Romance
Tradutor: José J. C. Serra
Formato: 15 x 23,5 cm
N.º de páginas: 196
Data de lançamento: 3 de maio

Opinião:

“Tem Bons Sonhos” é um livro que nos leva a conhecer o drama que é crescer sem mãe e como esse facto deixa marcas numa criança e a molda para toda a vida.

Massimo Gramellini tem conhecimento na primeira pessoa desse drama e acabou por transpô-lo para as páginas deste romance, é uma obra ficcional baseada na vida do autor, sendo a personagem principal homónima do autor.

O livro começa com um mistério, afinal a mãe do protagonista, Massimo Gramellini, tinha um segredo e ninguém lho tinha contado:

“- Depois de quarenta anos, chegou a hora de alguém te dizer a verdade.”

Esta frase prende imediatamente o leitor, o qual deseja saber o segredo que o personagem não conhece.
Viajamos então para o passado, para aquela fatídica noite em que ele perde a mãe.

É muito interessante vermos a percepção de uma criança acercada morte e como isso pode alterar a sua forma de encarar a vida. Acompanhamos o crescimento de Massimo e como ele lida com os seus fantasmas. Sente que desilude a mãe mas também não lhe perdoa o facto desta o ter deixado sozinho, sente-se abandonado pela mãe. Isto é bem patente logo no início do livro:

“Imagino que não lhe revele as informações mais escabrosas. Que tive duas mulheres, embora uma de cada vez. E que acabei por não ser advogado.”

A vida passa a ser moldada em torno de um acontecimento que o tornou mais sensível e medroso. É bem patente o medo que ele tem de viver.

As personagens que o autor nos apresenta são realistas, baseadas em pessoas que ele conheceu e se envolveu ao longo da vida.

Este é um livro rico em sentimentos. Massimo apresenta-nos tudo o que o narrador sente e pensa. Guiando pela mão o leitor e levando-o numa viagem pela vida, começando pela infância e fazendo com que este recorde toda  a insegurança e medo que sentia nas diversas fases do desenvolvimento.

Massimo Framellini também escreve com uma ponta de humor, o que leva ao leitor ficar agarrado à história.
É um livro que se lê facilmente e que nos mostra um lado mais sensível que tentamos sempre ocultar.

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