Ontem no facebook deparei-me com esta questão. Isto pôs-me a
pensar. É, na realidade, uma pergunta pertinente. Qual será a razão que leva um
autor a escrever?
Há quem escreva por tentar ter fama, há quem escreva apenas
porque gosta. Penso que, na realidade, não exista uma razão geral que motive
todos os escritores. Os motivos são tão vastos como os campos da escrita. O que
é comum é uma necessidade que sentimos de contar histórias, sejam elas contos,
sejam elas romances.
Enquanto escritora, isto falo apenas da minha experiência, sempre
que vejo uma folha em branco sinto uma enorme necessidade de escrever algo
nela. Como já li algures, atentar contra a candura da folha em branco. Parece-me
que as folhas pedem para que escrevamos algo, sejam apenas umas palavras, seja
o início de um romance, a folha não pode ficar branca por muito tempo.
Sinto-a a olhar para mim com um olhar sedutor, um formigueiro
nasce nos meus dedos. Procuro uma caneta ou um lápis, o que estiver mais à mão,
e começo. Olho para ela por momentos, escrevo uma ou duas palavras e risco tudo
não era bem aquilo que eu queria dizer. Recomeço várias vezes, a folha não fica
cândida nem organizada. Serve como guia, como um organizador de ideias.
Mas, divago, fugi um pouco da pergunta.
Porque é que escrevo?
Por fama? Não me parece. Poucos os autores que são realmente bem-sucedidos
nas suas tentativas. Era um sonho poder viver do que escrevemos, da nossa
imaginação, mas também temos de ser realistas.
Para que leiam? Acho que sim, eu escrevo para que me leio. Agora
sou assim. Pois até algum tempo atrás tinha vergonha e colocava tudo o que
escrevia numa gaveta bem escondido para ninguém ler. Acabei por ser “forçada” a
mostrar as minhas obras e gostei do resultado. Boas ou más críticas, todas
servem para aprendermos. Não podemos deixar que as boas nos ceguem e nos inchem
o orgulho e não podemos deixar que as más nos façam desistir.
No fundo, a verdade é que escrevo porque tenho algo para
contar e enquanto me sentir feliz a fazê-lo vou continuar.