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terça-feira, 11 de março de 2014

[Opinião] “O Labirinto de Osíris” de Paul Sussman (Bertrand Editora)


Sinopse:

Desde que se viram pela última vez, a vida de Yusuf Khalifa da polícia de Luxor, e de Arieh Ben-Roi, detetive em Jerusalém, mudou. Ben-Roi, prestes a ser pai pela primeira vez, investiga um crime tenebroso no Patriarcado Arménio de Jerusalém. A vítima, uma jornalista chamada Rivka Kleinberg, andava a investigar o tráfico de seres humanos para exploração sexual em Israel. Quando surge uma ligação entre Kleinberg e um engenheiro britânico desaparecido de Luxor em 1931, Ben-Roi pede ajuda ao velho amigo e colega Khalifa. A vida de Khalifa também mudou, mas, no seu caso, não para melhor. No meio de uma tragédia pessoal e embrenhado numa investigação - uma série de envenenamentos de poços no deserto egípcio -, acede a ajudar o amigo israelita. As duas investigações interligam-se, arrastando Ben-Roi e Khalifa para uma sinistra rede de violência, abuso, falta de ética empresarial e terrorismo anticapitalista. E no coração dessa rede encontra-se o labirinto - um mistério egípcio com mais de três mil anos que já fez com que Rivka Kleinberg perdesse a vida, e ela não será a última vítima...

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 624
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722526746

Opinião:

“O Labirinto de Osíris” é o primeiro romance que leio de Paul Sussman. Este romance leva-nos às areias quente do Egipto e de Israel. Dois crimes acontecem separados pelo tempo e pelo espaço e de alguma forma estão relacionados um com o outro.

Inicialmente, foi complicado seguir todos os passos da história e compreender como as personagens e os eventos estão relacionados. Foi necessário uma leitura muito atenta para compreender as pequenas nuances que nos facultam as pistas necessárias para ligarmos tudo e compreendermos a história como um todo. É necessária muita intuição e muita imaginação para conseguirmos antever o que vai acontecer neste livro. Achei bastante interessante porque não consegui adivinhar o final do livro.

O autor consegue criar o suspense desde a primeira página e agarra o leitor desde o início.

“Se o Rapaz não tivesse decidido experimentar um novo local de pesca, nunca teria ouvido a rapariga cega da aldeia vizinha nem visto o monstro que a atacou.”

Em frente das duas investigações temos dois policias que têm muito em comum. Dos dois gostei bastante do Ari, senti muita curiosidade em ler as partes que lhe pertenciam. Saber como ia acabar tudo e quem tinha morto a jornalista. Este polícia mostrou o seu lado humano não apenas na compaixão mas também ao admitir os seus erros. O autor não tem medo de explorar e levar as suas personagens ao limite como foi o caso de Khalifa.

O twist que o autor colocou na parte final da história é bastante interessante e nos tira o tapete quando pensamos que já sabemos tudo o que se passou.


Um excelente policial em que ficamos agarrados quer pela acção quer pela beleza dos cenários descritos de forma exemplar pelo autor.