Sinopse:
Somme, 1916. Sophie vive numa
vila ocupada pelo Exército alemão, tentando sobreviver às privações e
brutalidade impostas pelo invasor, enquanto aguarda notícias do marido, Édouard
Lefèvre, um pintor impressionista, que se encontra a lutar na Frente. Quando o
comandante alemão vê o retrato de Sophie pintado por Édouard, nasce uma
perigosa obsessão que leva Sophie a arriscar tudo - a família, a reputação e a
vida.
Quase um século depois, o retrato
de Sophie encontra-se pendurado numa parede da casa de Liv Halston, em Londres.
Entretanto, Liv conhece o homem que a faz recuperar a vontade de viver, após
anos de profundo luto pela morte prematura do marido. Mas não tardará que Liv
sofra uma nova desilusão - o quadro que possui é agora reclamado pelos
herdeiros e Paul, o homem por quem se apaixonou, está encarregado de investigar
o seu paradeiro…
Até onde estará disposta Liv a ir
para salvar este quadro? Será o retrato de Sophie assim tão importante que
justifique perder tudo de novo?
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 456
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04645-1
Opinião:
“O Olhar de Sophie” é o segundo
livro que leio de Jojo Moyes, o primeiro “Viver depois de ti” já foi criticado
aqui no blog há uns meses atrás.
Sophie e Liv são duas mulheres
separadas pelo tempo mas que amaram intensamente. Depois de ler esta história
penso que se as duas se conhecessem seriam grandes amigas. Senti uma enorme admiração
por Sophie ela tem uma enorme força e a sua presença é bem patente ao longo do
livro e mesmo na descrição que a autora faz do quadro. É uma mulher
interessante e destemida. Protege os seus acima de tudo, sejam da sua família
sejam os seus vizinhos. Por vezes as suas acções são mal interpretadas porque
ela age com inocência e vê apenas o melhor de cada um. Assumindo que todas as
pessoas pretendem o melhor e nunca vendo a maldade nos outros. Liv já é mais
insegura e vai buscar a sua força ao quadro de Sophie, sem nunca a ter
conhecido conhece a sua essência e força de uma forma profunda e tira inspiração
nela. Aos poucos esta vai descobrindo a história de Sophie. E a sua admiração
por esta cresce.
Nas personagens masculinas temos
o capitão alemão, Friedrich Hencken, e Paul não podiam ser mais díspares. Paul
é meigo e apaixonado, luta contra o seu sentimento ao longo do livro numa
batalha entre o amor e o dever, atormenta-se com a sua consciência e com a
verdade. Quer ajudar Liv e vê-la feliz mas sempre que se aproxima o caso do
quadro impede a relação de evoluir. Por seu lado, Hencken é um homem que tenta
mostrar-se muito solicito a Sophie a ajudá-la e no final mostra-se uma
desilusão a forma como a trata deixou-me bastante irritada e com dúvidas se
este iria manter a sua palavra.
Jojo Moyes conseguiu novamente escrever
um romance que se devora, não consegui parar de ler desde que o peguei, houve
momentos de humor e momentos tristes. Sofri com as personagens de uma forma
bastante intensa e quase que não saía na minha paragem do autocarro por estar a
ler, de tal forma estava envolvida na leitura, uma das minhas descrições
preferidas deste livro é também o primeiro parágrafo do livro “O olhar de
Sophie:
“Eu estava a sonhar com comida. Baguetes estaladiças, com o miolo de um
branco virginal, acabadas de sair do forno ainda a fumegar, e com queijo
amanteigado, a alastrar até à borda do prato. Taças cheias de uvas, escuras e
perfumadas, a impregnar o ar com os seus aromas. Estava prestes a tirar uma,
mas, nesse momento, fui impedida pela minha irmã.”
É um parágrafo curto mas repleto
de sensações, cheiros e sabores. Quase que conseguimos saborear a comida que a
autora nos fala.
Jojo Moyer decidiu escrever a
história de duas formas diferentes, a primeira na prespectiva de Sophie é
narrada na primeira pessoa enquanto a história de Liv é narrada na terceira
pessoa. Isto permite ao leitor conhecer melhor os personagens e os seus personagens.
“O Olhar de Sophie” é um
excelente livro que se recomenda vivamente a todos os leitores, que se vão apaixonar por este.