Sinopse:
Lou Clark sabe muitas coisas.
Sabe quantos passos deve dar entre a paragem do autocarro e a sua casa. Sabe
que trabalha na casa de chá The Buttered Bun e sabe que não está apaixonada
pelo namorado, Patrick. O que ela não sabe é que vai perder o emprego e que
todas as suas certezas vão ser postas em causa.
Will Traynor sabe que o acidente
de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste
e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai
irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe
que as suas vidas vão mudar para sempre.
Em Viver depois de ti, Jojo Moyes
aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo,
obrigando-nos a refletir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas
consequências.
Ficha técnica:
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 424
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04577-5
Opinião:
As pessoas que conhecemos marcam
e mudam a nossa vida. É esta a mensagem que tirei deste livro. É simples sim,
mas a subtileza com que é contada por Jojo Moyes, torna este romance numa obra
de arte que emociona todos os que a leem. A história que a autora criou em “Viver depois de ti” provoca no leitor um misto de emoções, por vezes rimos, outras
sentimos as lágrimas virem-nos aos olhos. É uma história repleta de sensações que
agitam o leitor e o guiam pelas páginas. Sentimos aquele constante aperto no
coração de quem quer saber mais e que almeja por um final feliz.
Confesso que, inicialmente,
adorei a personagem do Will Traynor por ser mauzinho e irrascível para todos os
que o rodeavam, estava repleto de autopiedade e não deixava ninguém se aproximasse
até Lou Clark ser contratada para “tomar conta dele”. Ao longo da história
vemos a evolução da relação dos dois, contada na primeira pessoa por esta e também
com partes contadas por Camilla Traynor e Katrina Clark, o que permite uma
melhor visão de certos acontecimentos. A
única personagem que não narra na primeira pessoa é o Will Traynor, nunca
sabemos o que é que ele está realmente a pensar. A personagem que mais detestei
foi mesmo a do namorado, Patrick, que estava mais interessado em correr e no
seu corpo do que na namorada e lhe dar atenção. Era demasiado convencido e pomposo,
e muito preconceituoso.
O realismo da autora nesta obra é
assombroso. Ela consegue colocar de uma forma crua os diversos problemas e o
preconceito que uma pessoa em cadeira de rodas enfrenta no seu dia-a-dia. A minha
cena preferida é a dos anos da Lou, o comentário sarcástico que Will faz à saída
fez com que eu desse umas valentes gargalhadas:
- Pois, você é um homem de sorte – disse o Will, enquanto o Nathan o
levava embora. – Não há dúvida de que ela sabe dar um bom banho na cama. –
Disse-o tão depressa que a porta se fechou antes que o Patrick tivesse tempo de
perceber o que ele tinha dito.
Esta pequena fala mostra-nos o
humor da personagem e o livro está repleto de exemplos destes e de discussões entre
Will e Lou que nos levam a rir.
É um livro que nos abre a uma
realidade que nos passa ao lado e que preferimos ignorar. Um romance cujo final
é surpreendente mas que nos deixa com um sabor agridoce.
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