Sinopse:
Quem matou Joãozinho Treme-Treme
no terreno perto do depósito da água? O que aconteceu à virginal Vera,
desaparecida de casa dos pais a dois meses de completar os dezasseis anos? Quem
foi o homem que, a exemplo do velho Abel, encontrou a paz sob o céu pacífico de
Port of Spain? Porque é que os habitantes do Bairro Amélia nunca esquecerão o
Carnaval de 1989? Quem é que poderá saber o nome das três crianças mortas por
asfixia no interior de uma arca? Onde teria chegado Beto com o seu maravilhoso
pé esquerdo se não fosse aquela noite aziaga de setembro? Quantos anos irá
durar o enguiço de Laura? De que mundo vêm as sombras de Ernesto, fabuloso
empregado de mesa, Fernando T., assassinado a 26 de dezembro de 1999, Jaime
Lopes, fumador de SG Ventil, Hortênsia, que viveu e morreu com medo de tudo? Quando
é que Roberto, anjo exterminador, chegará ao bairro para consumar a sua
vingança?
Memórias, embustes, traições,
homicídios, sermões de pastores evangélicos, crónicas de futebol, gastronomia,
um inventário de sons, uma viagem de autocarro, as manhãs de Domingo,
meteorologia, o Apocalipse, a Grande Pintura de 1990, o inferno, os pretos, os
ciganos, os brancos das barracas, os retornados: a Humanidade inteira arde no
Bairro Amélia.
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 312
Editor: Quetzal
ISBN: 9789897221217
Opinião:
“As primeiras coisas” é um livro
sobre um bairro e as suas pessoas, é um livro acerca da solidão e o isolamento em
que vivemos na actualidade.
O autor apresenta-nos um retrato
de um bairro e das suas gentes, como este evolui no tempo e as pessoas como
crescem e o rumo que as suas vidas seguem. Bruno Vieira Amaral consegue agarrar
o leitor desde o inicio do romance:
“Quando, em finais dos anos noventa, voltei as costas ao Bairro Amélia,
com os seus estendais de gente mórbida, a banda sonora incessante das suas misérias,
nunca pensei que a vida me devolveria ao ponto de partida”.
O Bairro Amélia faz parte de
todos nós, de uma forma ou de outra conseguimos encontrar personagens com as
quais nos identificamos ao longo do romance, conhecemos alguém que passou por
alguma situação semelhante às descritas nos livros, ou nos fazem lembrar alguma
história que nos contaram.
O livro lê-se facilmente devido
aos contos serem, na sua maioria, breves e o autor escreve de uma forma clara e
directa. Por vezes parece que estamos a ler o diário, ou as memórias de uma
pessoa que nos mostra o interior da sua alma e dos seus pensamentos.
“As primeiras coisas” é um livro
que está interessante e que se recomenda para todos que gostem de livros de
contos.
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