Sou invisível. Ninguém me vê,
passo pelas ruas incógnito sem que os meus olhos se cruzem com os de outro ser
humano. Sinto-me terrivelmente mal, sou um homem esfarrapado, um fragmento do
que um dia fui. Sou uma memória sem qualquer tipo de interferência no
dia-a-dia. Quem me conheceu já não se lembra de mim. Quem me vê olha através de
mim e nem sequer me vê. Ninguém me conhece.
Agora estou no limiar, os meus
pés estão a baloiçar indecisos. Seria tudo tão fácil, acabar com tudo terminar
com o sofrimento, com aquele peso que me agarra a esta infeliz e dolorosa
existência. É só com algum esforço, um passo apenas em direção ao esquecimento,
à liberdade. Era tão bom ser finalmente livre, sem qualquer medo, sem qualquer
tristeza, sem qualquer dor. Nem arrependimentos. Desejo ser livre, sem qualquer
peso, sem qualquer tristeza.
É só um esforço, um passo, um
momento.
Levanto o meu pé e abraço o meu
destino.
Realidades que mais valiam ser fantasia
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