Entro na minha casa vazia e fria,
apenas o meu pequeno pinheiro de natal me aguarda. As pessoas na rua correm a
fugir do temporal que piora e ameaça levar tudo pelos ares, como aquela fita
que esvoaçou pelo meu caminho. Estou só sem ninguém com quem partilhar a
alegria e a boa disposição, se bem que já tenho pouca devido à loucura que havia
no supermercado de pessoas que procuravam nas prateleiras vazias das lojas o
presente perfeito apenas para descobrirem que este não existe. A minha mesa
está vazia e a árvore sem presentes, pois não espero ninguém. O meu jantar será
apenas uma lata de sardinhas que ainda tinha no armário, para quê comprar
bacalhau quando o comeria sozinho. Acendo a televisão, e fico ainda mais
deprimido, apenas histórias relacionadas com o Natal estão a passar em todos os
canais e os que não têm esses filmes passam histórias familiares. Desligo-a.
Olho pela janela. Os filhos vêm
visitar os pais, há risos e gritos, choro e abraços, consigo vê-los. E só eu
continuo só. A minha família está tão longe que a viagem, é demasiado longa
para ser feita por apenas um dia e meio. O meu coração aperta quando penso
neles e sei que esta é a altura mais complicada do ano, quer para mim, quer
para eles. O número de telefonemas diminuiu com os anos, a saudade era
demasiado grande para suportar. Pego no meu livro, o meu pai mo ofereceu no último
natal que passei com eles, tornou-se a minha tradição de Natal o ler todos os
anos atá adormecer. Prometo a mim próprio, não foi este ano que arranjei um
cão, mas vai ser no próximo, a solidão é tão grande.
As horas passam devagar e a noite
custa a passar. Esta é a noite mais longa do ano.
Gostei de ler o conto. Gostei principalmente da tradição dele em ler o livro, oferecido a ele, todos os Natais.
ResponderEliminarE é tão verdadeira para ele a última frase.
Boas festas
Obrigado Rui.
EliminarBoas Festas