Sinopse:
Dois meses após a Revolução dos
Cravos, uma jovem nascida e criada em Angola passa, como de costume, as férias
grandes na metrópole, desta feita, num clima de grande rebuliço, antevisão do
que seria a sua existência dali em diante. Ao regressar à ainda colónia
portuguesa em África, as sementes da futura guerra civil fazem-na temer pelo
primeiro amor, pelos amigos, pela família e pela sua situação socioeconómica
confortável. Um pouco antes da independência de Angola, a angústia condu-la ao
Brasil, país em que decide esquecer a infância e a adolescência para não ter de
enfrentar as cicatrizes do passado. Trinta anos depois, porém, a árvore da vida
exige-lhe um resgate das suas raízes e a abertura da mala de cânfora, onde
guardara as memórias da terra natal. Diário de uma luta pela sobrevivência, a
saga de Dulce Braga entrelaça o dramatismo das experiências vividas com
episódios pitorescos e anedóticos, conferindo à narrativa um sabor agridoce
único, um sabor a Angola, um sabor de maboque.
Ficha Técnica:
Editora: Dinalivro
Autor: Dulce Braga
ISBN: 9789725765890
Opinião:
O meu Pai cresceu em Angola e tal
como a autora teve de fugir de lá com toda a sua família e apenas as coisas que
podiam transportar na fuga. Foi este aspecto que mais me atraíu neste livro
quando li a sinopse.
Gostei bastante do tom que a
autora utilizou, em cada palavra é bem visível a saudade daquelas e daqueles
lugares que esta sente. É um livro que nos coloca os sentimentos à flor da pele
e que nos dá um vislumbre do que muitos portugueses passaram naqueles últimos
dias antes da libertação de Angola.
Esta é uma viagem às memórias da
autora. Sendo que todas as personagens são reais e os acontecimentos, por mais
terríveis que nos pareçam, neste momento, aconteceram. Houve relatos de pessoas
mortas e carnificinas, a crueldade de um ser humano foi bem demonstrada nessa
fase. E as pessoas temendo pelas suas famílias fugiram e muitas sonhavam que
regressariam, em breve, em alguns meses pensavam. Sabemos que tão não foi real.
É um livro que todos devemos ler,
de modo a compreendermos um período negro da nossa história, onde abandonamos
um país à sua sorte sem qualquer apoio nem orientação. Deixamos um país entrar
numa guerra civil longa e violenta.
Obrigada pelo carinho das palavras que dedica à minha "cria".
ResponderEliminarTomei a liberdade de referir seu blog no meu:
http://sabordemaboque.blogspot.com.br/2013/04/quem-meu-filho-beija-minha-aboca-adoca.html.
Abraço