sexta-feira, 8 de março de 2013

[Opinião]“A entrevista com o Vampiro” de Anne Rice (Publicações Europa-América)



Sinopse:

Obra já clássica no seu género, Entrevista com o Vampiro é o primeiro volume da saga «Crónicas dos Vampiros» e granjeou o estatuto de livro de culto, comparável a Drácula de Bram Stoker.
Das plantações oitocentistas do Luisiana aos becos sombrios e cenários sumptuosos de Paris, do Novo Mundo à Velha Europa, Claudia e Louis fogem de Lestat, o seu criador e companheiro imortal. E o cruel vampiro que tirara partido do desespero de Louis e da fragilidade da órfã Claudia, no bairro francês da Nova Orleães assolada pela peste, move-lhes uma perseguição sem tréguas no submundo parisiense, entre a trupe Théâtre des Vampires do misterioso Armand e criaturas das trevas.
É com esta mescla de sangue, violência e erotismo ímpares, no pano de fundo da reflexão sobre a condição trágica que é a do vampiro condenado à imortalidade, que Anne Rice narra uma extraordinária história em que a crueldade e os sentimentos tenebrosos que percorrem as páginas resultam numa maravilhosa sinfonia poética que viria a inspirar muitos escritores, como Stephenie Meyer.

Ficha Técnica:

Edição/reimpressão: 1999
Páginas: 276
Editor: Europa-América
ISBN: 9789721037502
Coleção: Obras de Anne Rice

Opinião:

Esta obra, “A Entrevista com o Vampiro” de Anne Rice, foi a primeira obra da autora a ser adaptada ao cinema em 1994. Com nomes sonantes como Brad Pitt, Tom Cruise, Christian Slatter, os mais cobiçados jovens actores da época. Mas esta crítica não é ao filme mas sim ao livro. Tenho apenas de referir a forma como o realizador e o argumentista se mantiveram fiéis ao livro original.
Passemos então ao livro em si, a autora começa de uma forma bastante interessante, já com o vampiro e com o entrevistador frente a frente, sem se preocupar muito como é que os dois se encontraram e acabaram naquela posição, o que torna desde já a leitura interessante e permite ao leitor mergulhar directamente naquele mundo que sempre nos fascinou.
A autora leva-nos numa viagem pelo tempo, a qual é interrompida pontualmente com um regresso à realidade, de modo a dar mais realismo à acção e à história, o que obriga o leitor a estar atento para não se confundir, no decorrer da narração.
A forma como Anne Rice escreve e descreve é directa e simples, sem de forma alguma descurar do seu objectivo, que é transportar os leitores através dos cenários elaborados e luxuriantes da América, passando pela Europa. Ela não poupa nas descrições que poderiam ser tomadas como as mais chocantes, como é por exemplo um vampiro a alimentar-se ou mesmo a morte de Cláudia.
Anne Rice é considerada a mãe dos vampiros, o que é verdade. No seu livro temos personagens vampíricas para todos os gostos, Lestat, o louco e sanguinário, Louis, o consciencioso, Cláudia, a criança. O amor retratado neste livro não é o romântico como nas outras sagas mais recentes, em que temos um vampiro apaixonado por uma humana e vice-versa, mas sim o amor fraternal e o medo de se passar a eternidade sozinho sem ninguém e sem reconhecimento da existência. Um medo que é tão humano e comum, tornando-os intimamente ligados com os seres humanos dos quais foram originados e também mantendo as suas características pré-transformação.
Os vampiros de Anne Rice são sedutores, felinos até. As pessoas sentem-se atraídas por eles de uma forma inexplicável e cedem a todos os seus desejos, acabando por serem joguetes nas suas pérfidas mãos. Os vampiros de Armand levam esse expoente ao extremo alimentando-se em público como se se tratasse de um espectáculo e apenas uma ensenação.
Cláudia e Louis tentam, finalmente, fugir da obsessão doentia de Lestat, seu criador, e da sua carência excessiva, o que acaba em tragédia.
Acaba-se o livro com uma questão: Afinal qual dos dois está correcto? Lestat que abraça a sua natureza ou Louis que tenta, em vão, manter-se o mais humano possível? Pode ser que se consiga encontrar as respostas nos outros livros.
É uma excelente introdução às crónicas Vampíricas, que incluiu outros livros, um dos quais também foi adaptado ao cinema no filme “Rainha dos Malditos”.


1 comentário:

  1. Olá Liliana,

    Tenho até quem me empreste livros desta escritora, mas por estranho que pareça e já tendo lido até algumas coisas sobre vampiros, nunca li nada desta escritora.

    Ora aqui está mais uma prova que ando a perder algo muito bom, mas é tanta coisa para ler :(

    Bjs e boas leituras :)

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