quarta-feira, 25 de outubro de 2017

[Opinião] "Os despojados" de Ursula K. Le Guin (Saída de Emergência)



Sinopse:


A jornada de um homem em busca da reconciliação de dois mundos

Em Anarres, um planeta conhecido pelas extensas áreas desérticas e habitado por uma comunidade proletária, vive Shevek, um físico brilhante que acaba de fazer uma descoberta científica que vai revolucionar a civilização interplanetária. No entanto, Shevek cedo se apercebe do ódio e desconfiança que isolam o seu povo do resto do universo, em especial, do planeta gémeo, Urras.
Em Urras, um planeta de recursos abundantes, impera um sistema capitalista que atrai Shevek, decidido a encontrar mais liberdade e tolerância. Mas a sua inocência começa a desaparecer perante a realidade amarga de estar a ser usado como peão num jogo político letal.

Que esperança e idealismo restam a Shevek, aprisionado entre dois mundos incapazes de ultrapassar as diferenças? E ao desafiar ambos os regimes políticos, conseguirá ele abrir caminho para os ventos da mudança?


Ficha Técnica:

Chancela: Saida de Emergência
Coleção: BANG
Data 1ª Edição: 02/06/2017
ISBN: 9789897730566
Nº de Páginas: 336
Dimensões: [160x230]mm

Encadernação: Capa Mole

Opinião:

Já há muito tempo que me recomendavam ler os livros de Ursula Le Guin, sempre me disseram que eram muito bons, uns excelentes exemplares de ficção científica. Um "must read" de todos os aficcionados por este estilo literário. Então, assim que a oportunidade surgiu, aproveitei para ler este romance editado pela Saída de Emergência.

Na minha opinião, este livro não é de leitura fácil, não por ter uma acção complicada, mas sim por toda a reflexão a que obriga o leitor a fazer. Escrito em 1974, em plena Guerra Fria, é um livro que tem claramente uma mensagem política, comparando dois regimes que dominavam o mundo na
época. Continuando atual ainda hoje, já que essa divisão ainda existe e ainda cria tensões entre vários países na época atual, com o caso da Coreia do Norte, Estados Unidos da América e Japão, em que vemos as tensões a escalarem e uma repetição das provocações que abundavam nas décadas de 60 e de 70 e que prosseguiram até à queda do muro de Berlim.

Regressando ao livro, a comparação feita pela autora é realizada ao longo do livro, com a acção a decorrer a dois tempos, acompanhamos o crescimento da personagem principal Shevek na Lua Anarres, numa sociedade que para nós é estranha e os seus conceitos e ideias demasiado extremistas. Depois vemos pelos seus olhos, a sociedade de Urras. Desde cedo ele lida com os preconceitos e as diferenças de uma forma intensa tentando se esforçar para compreender uma sociedade onde não existe o conceito de igualdade e em que as mulheres são relegadas para o papel de esposas. E, as que não se inserem nesse papel, são despresadas e tratadas como párias da sociedade.

Shevek é confrontado com muitas características que lhe são estranhas e ao longo do livro vê cair por terra muitas das suas ilusões e ideias. Afinal qual dos dois sistemas é o melhor? Esta é a pergunta que o leitor se vai fazer o longo do livro.

Um livro muito interessante e ainda muito atual.



LilianaNovais

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