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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

[Opinião] “O eco do silêncio” de Cecílias Vilas Boas (Esfera do Caos)


Análise do livro
Sinpse:
O eco do silêncio é prazer, paixão, sonho. São aromas inebriantes, que fazem as delícias do corpo e do espírito. São os toques aveludados das pétalas das rosas. É o grito às entranhas da terra e é o pássaro de olhar puro que voa na melancolia da noite. São perfumes de gerânios e é o místico nevoeiro que abraça os bosques, nas noites em que as sílabas dormem. São os violinos suspensos das asas das nuvens. “Sabes, amor? Trazes no teu sorriso rosado o desfolhar dos meus lábios…”
Com esta obra mergulhamos nas profundezas da alma, numa procura incessante da essência do ser. Ela é uma busca de um tempo sem tempo, de um reviver e de um morrer consentidos. Ela é, também, a pele frágil do sentimento, de que se reveste a palavra, e as rosáceas duma trilha que se chama vida, e uma viagem aos nossos lugares mais recônditos, através de metáforas que desventram o que de mais genuíno possuímos – o sentir.
“O livro O eco do silêncio, de Cecília Vilas Boas, é a afirmação de uma poetisa capaz de transmitir, com excelência, sentimentos e afectos que, correndo nas suas veias, lhe invadem a alma. O seu romantismo interior, por vezes atormentado, expressa-se com elegância em emoções e sonhos que são vivenciados, como ecos, no seu silêncio interior. Uma leitura a não perder.”Joaquim António Machado Caetano, Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa
SOBRE A AUTORA:
Cecília Vilas Boas. Nasceu em Paio Pires, mas vive em Lisboa há mais de duas décadas. É secretária de Administração numa empresa de Engenharia de Transportes. Descobriu recentemente o prazer da escrita, e até hoje não parou. Publicou a sua primeira obra, Âmbar e Mel - Janelas de Poesia, em 2011. Como co-autora, participou na antologia poética Entre o Sono e o Sonho e, mais recentemente, na colectânea Contos do Nosso Tempo. Deu a conhecer a sua escrita publicamente no blogue «OceanoAzul.Sonhos», permitindo aí que as palavras se soltem de si e vagueiem pelo mundo literário. “A poesia dá-me as asas metafóricas de que preciso para continuar a sonhar. É na escrita que marco encontros sigilosos com o meu ser, ouvindo-o e dando-lhe voz, através das palavras.Sou, muitas vezes, o vazio, o desencanto e a ausência de mim própria. Mas também a esperança, a força, o sonho e a tranquilidade. A poesia é o sândalo do meu espírito, onde busco as emoções desprovidas de escudos. É o recanto onde aprendo a silenciar momentos e a ouvir a voz da minha alma. Recolho-me no silêncio das palavras, para me encontrar e, assim, sair de mim.”

Ficha técnica:

Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 96
Editor: Esfera do Caos
ISBN: 9789896800734
Coleção: Esfera Contemporânea

Opinião:

“O eco do silêncio” é um livro de poesia,  este inicia-se de uma forma um pouco negra e negativa. Acabando com um tom mais feliz e mais positivo.
A imagem da capa apesar de simples é visualmente forte.
Os poemas são, na sua maioria de verso e rima livres, onde a métrica é deixada em segundo plano, permitindo uma maior liberdade artística da autora. Os poemas têm dimensões diferentes, desde os mais pequenos aos maiores.
“Invento-te
Invento-te nas horas aladas, que vogam sem pouso
Decifro-te em cada ondular silêncioso,
A cada toque de brisa que acaricia a minha pele
Sou-te sem saber, no restolho extasiante de cada alvorada…”
É um livro que se pode ler em diferentes alturas e em diferentes estados de espírito.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

[Opinião] “A Vingança das Vagas” de José Teles Lacerda (Esfera do Caos)



Sinopse:

"No longínquo ano de 1506, trinta e sete colonos moribundos foram forçados à desesperada tentativa de povoar uma ilha amaldiçoada. Dizia-se, nessa época, que naquele gigantesco amontoado de ravinas negras vogava a voz do Diabo. Quinhentos anos passados, não existem documentos que descrevam o sinistro martírio coletivo, na tentativa de povoamento dessa ilha maldita. Aliás, em nenhuma biblioteca do mundo se descobriu uma única página contendo alusões ao sucedido. Em suma, ninguém conhece a verdadeira localização da maligna massa insular, para sempre perdida no meio do oceano. Durante os serões, o avô Vicente alerta Bernardino Gávea para os perigos inerentes à convivência com a violência das vagas. O menino, porém, não se amedronta. Pode ser a mais miserável das crianças, mas, por viver num casebre encavalitado nas dunas, considera-se o legítimo dono de toda a praia. Fascinado pelas narrativas náuticas, que o septuagenário lhe transmite, sonha ser um intrépido conquistador dos mares — há-de conseguir, afinal, reencontrar a ilha que o medo humano apagou dos mapas. Todos estamos sujeitos às ingratas investidas do imprevisto. No mar ou em terra, a palavra vaga pode unir-se a outras, numa sanguinária cumplicidade catastrófica, que culminará com a materialização dos nossos piores pesadelos. Surgirão então vagas de desgraça, vagas de infortúnio, vagas de desespero e desilusão. Nas páginas deste livro poderemos esbarrar com os sonhos de uma criança miserável e viver as preocupações do seu decrépito avô. Mas também teremos notícias de um assustador mundo paralelo. Vindos de ilhas distantes, esvoaçam os gritos dos colonos condenados, ressoam os cânticos melancólicos de musas moribundas, ouvem-se fraudulentas vozes fantasmagóricas. E sobre as ondas do mar existem suspeitas de poder eclodir, a qualquer momento, uma nefasta ofensiva de ninfas."

Ficha técnica:

Colecção: Esfera Contemporânea / 40
Páginas:384
Data de Publicação: Outubro de 2012
PVP: 17,90 euros
ISBN: 978-989-680-072-7

Opinião:

José Teles Lacerda define-se com este livro como um contador de histórias. Aproveitando factos históricos criou contos que o avô Vicente conta ao seu neto Bernardino Gávea. Seguimos os serões do contador de histórias enquanto ele viaja no tempo para uma época de epopeias portuguesas, no século XVI.
As personagens que o autor criou têm vida própria. Mesmo as que apenas existem na cabeça do avô Vicente. Têm as suas personalidades bem vincadas e com capacidade de decisão próprias. As que habitam na época dos descobrimentos, são muito dominadas pelas suas superstições, pelo que este livro toca muito na parte sobrenatural. O Demónio, as sereias e dragões são apenas alguns dos “monstros” referidos no livro. O autor também refere as tribulações que os cristãos novos sofreram em Portugal, na época dos descobrimentos.
O livro em si tem um desenvolvimento lento e um ritmo constante. Sem grandes momentos de climax. É um livro harmonioso e calmo.
Quanto à linguagem que o autor utiliza, é adequada à época em que se insere a acção, acabando assim por enriquecer o vocabulário do leitor.
Enquanto livro de estreia José Teles Lacerda encontra-se de parabéns.