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quarta-feira, 8 de maio de 2013

[Opinião] “Goa – O Preço da Identidade” de Valentino Viegas (Livros Horizonte)




Sinopse:

Nesta sua obra, Valentino Viegas traça um retrato vivo da sociedade goesa durante o derradeiro período da presença portuguesa naquela terra oriental, casando a realidade com a ficção.
O autor denuncia de forma vigorosa as fortes desigualdades sociais que ainda persistem em numerosas partes daquele subcontinente, sem deixar de aflorar os abusos praticados pelos portugueses.
Salazar, Vassalo e Silva, os metropolitanos, as descaradas mentiras dos jornais continentais portugueses, a voz do comum dos goeses, os sonhos, os desafios, os receios, os medos, as hesitações, os sentimentos, a emigração, o passado e o presente, tudo isto Valentino Viegas consegue irmanar no tratamento harmonioso das situações, tendo sempre Goa como pano de fundo.

Ficha Técnica:

2012, 1.ª
Colecção: Vivências
Número de Páginas: 168
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Encadernação: Capa mole
ISBN: 978-972-24-1755-6
Tema: História, Sociedade, Política, Testemunhos

Opinião:

“Goa – O Preço da Identidade” é um relato ficcional da realidade goense perto da altura da sua libertação do jugo do governo Português

Um dos últimos redutos portugueses na Índia e na Ásia, foi um dos primeiros a serem abandonados pelo controlo Português, é famosa a ordem de Salazar que os militares deveriam defender Goa até ao último homem, nunca se rendendo. É claro que nunca chegou a esse ponto e Goa caiu, os desobedientes foram castigados.

Valentino Viegas revela, nestas páginas, um enorme domínio da língua portuguesa. Utilizando-a com facilidade e fazendo diversos jogos de palavras ao longo do livro.

O autor aproveita para realçar as diferenças sociais naquela sociedade e como são injustas as restrições impostas. Por vezes, as descrições que utiliza podem ser um pouco chocantes.

Existem alturas no livro onde a história se torna mais maçadora e mais lenta, quando este se está a referir a momentos da história portuguesa, o que poderá desagradar ao leitor. Mas estes estão inseridos em momentos chave da acção e servem como um escape à evolução da história e como um momento de relaxe e reflecção para o leitor.

Quanto às personagens que ele criou penso que estão um pouco estereotipadas, e são previsíveis. Mas, como já sabemos o resultado final, a queda de Goa, isto serviu para mostrar os erros dos Portugueses e o que levou àquele final.