Sinopse:
Uma obra original da autora da
Trilogia das Jóias Negras, escritora consagrada nos tops do New York Times
Uma novela pertencente ao mundo
Efémera
Numa aldeia vizinha da cidade de
Visão ninguém conhece o sabor da mágoa e da angústia, mas essa comunidade,
aparentemente idílica, esconde um segredo tenebroso. Quando era pequena, Nalah
não percebia porque a mandavam levar um bolo à menina muda a quem chamavam «A
Voz» sempre que se sentia mal. Sabia apenas que isso a ajudava a melhorar. Já
crescida, desvenda esse mistério e anseia por fugir da aldeia opressiva onde
sempre viveu. Só depois de visitar a cidade de Visão e de conhecer o Templo das
Mágoas, compreende o que tem de fazer para se libertar…
Ficha Técnica:
Chancela: Saida de Emergência
Data 1ª Edição: 22/02/2013
ISBN: 9789896374921
Nº de Páginas: 128
Dimensões: [110x170]mm
Opinião:
Eu já li os três livros da autora
da trilogia das Joias Negras e gosto bastante desta autora. Nesta novela, Anne
Bishop, apresenta-nos um mundo diferente, talvez menos negro do que os do
sangue, onde tudo nos parece cor-de-rosa, mas onde um segredo é mantido a todo
o custo.
Novamente, a autora cria
personagens femininas bastante fortes e com quem nos podemos identificar
facilmente. Pouco sabemos acerca da “Voz”, uma rapariga muda que e o foco
central desta novela. Anne Bishop, já nos habituou a tocar em temas sensíveis e
torna-los visíveis, alertando assim para um problema social, neste volume vemos
os casos de violação que são sancionados por todos devido às regras antigas e
aos costumes de um povo.
Nalah acaba por tomar consciência
de tudo o que se passava na sua aldeia e o que era feito pelos aldeões. É ela
que narra a história e que nos revela o mundo. Vamos conhecendo os segredos e
os acontecimentos através da sua voz e conforme ela também os descobre. Isto cria
uma ligação íntima com o leitor, facilitando a interacção e a identificação com
as personagens.
Anne Bishop revela uma vez mais a
sua capacidade de agarrar o leitor.
A rapariga não me recebeu sozinha e uma das pessoas que a acompanhavam
era um jovem entroncado. Estava vestida de túnica com capuz a condizer. As mangas
da vestimenta tinham sido desenhadas com engenho, mas não disfarçavam o facto
de a Voz ter os braços amarrados à cadeira. Como se não bastasse terem-na
privado até da ilusão de liberdade… tinham-lhe feito qualquer coisa para
permitirem que o acompanhante, aplicando alguma pressão sobre um perno de
madeira introduzindo um objecto que se encontrava na boca dela, lhe abrisse os
maxilares à força para as oferendas serem enfiadas no orifício. Depois fechava-lhe
a boca à força, para não cuspir as guloseimas.
Neste excerto vemos um pouco da
crueldade daquele mundo e como a autora consegue fazê-lo transparecer de uma
forma crua. Este volume está escrito de uma forma mais acessível e de mais
fácil compreensão.
É um conto a não perder, e que
nos abre a curiosidade acerca deste mundo.