1. O que é que te motivou para escrever este
livro?
Resposta:
Durante toda a minha vida, frequentemente
presenciei o preconceito contra as pessoas com deficiência e, devido a isso,
tive vontade de protestar. Por outro lado, ser escritora de romances sempre foi
meu sonho. Então, resolvi “unir o útil
ao agradável” e escrever um romance que mostrasse minha indignação com o
preconceito contra as pessoas com deficiência.
2. Como te sentes ao ver o teu livro
publicado?
Resposta:
Sem dúvida, eu me sinto realizada.
Era um grande sonho que se realizou.
3. Com qual das tuas personagens mais te
identificas?
Resposta:
Eu me identifico um pouco com todos
eles, exceto com Walmir, mas gosto muito dele justamente por ele não ter nada
de mim (ele está sendo melhor desenvolvido em outro livro). Mas eu amo Henri (a
auto-confiança dele é minha, mas sua doçura e seu amor foram inspiradas em meu
esposo). Amo Carol, apesar de seu preconceito, por ela reunir em si muito do
preconceito que eu vi durante toda a minha vida e também por sua capacidade de
mudança e redenção e, especialmente, por mostrar que as pessoas podem se livrar
do preconceito se esforçarem-se para isso. Amo Leno também, pois tentei fazer
dele um irmão bem verossímil (inspirei sua boa vontade na boa vontade do meu
irmão). O amor dos pais de Henri por ele foi inspirado no amor dos meus pais
por mim.
4. Como é que nasceu o teu gosto pela escrita?
Resposta:
Meus pais liam para mim e isso me fez amar a leitura. Eles também me
incentivaram a escrever (eu sempre escrevia cartas e bilhetes para eles).
Comecei a escrever aos treze anos de idade e de lá para cá foram cerca de 19
romances e uns 3 livros de poesia, contudo Entrelace é a minha primeira
publicação.
5. Porque é que escolheste a tua cidade natal
como cenário do livro?
Resposta: Por
vários motivos:
1º -
amo Jequié;
2º -
sempre imaginei minhas histórias lá (ainda imagino);
3º -
conheço bem a cidade e isso faz com que a história seja mais verossímil;
4ª –
justamente por amar Jequié é que não posso e não devo fechar os olhos para seus
problemas e, escrever minhas histórias lá, é uma forma de denunciar seus
problemas para que, um dia, quem sabe, isso mude.
6. Quais são os teus autores preferidos e
porquê?
Resposta:
Brasileiros:
Machado
de Assis – por sua narrativa mais psicológica (que eu adoro)
e por sua capacidade de conversar com o leitor;
José
de Alencar – tocou-me pelo romantismo de seus personagens;
Clarice
Lispector – por sua delicadeza e sensibilidade;
Jorge
Amado – por mostrar a Bahia (meu Estado natal) ao mundo;
Marcelo
Ruben Paiva – por sua coragem de se expor e desmistificar
muitas coisas sobre as pessoas com deficiência em seu livro “Feliz Ano Velho”
Ruben
Fonseca – porque ri muito com seus contos de “Feliz Ano
Novo”;
Estrangeiros:
Eça
de Queirós – um autor português clássico e um dos mais lidos do
Brasil. Na minha opinião, ele mistura capacidade crítica e um humor refinado.
Jane
Austen – por sua capacidade crítica em seus romances e por
ter sido, com certeza, uma mulher a frente de seu tempo.
Jeffrey
Eugenides – por me fazer acreditar na história e terminar de
ler com a sensação de que ela poderia ser real (adoro isso).
7. Como é que foi esta primeira experiência
editorial?
Resposta:
Tenho achado bastante interessante.
No início, estava bastante ansiosa em relação à resposta do público, mas ela
tem sido muito boa, o que me deixa muito feliz. Todas as resenhas publicadas
sobre o livro até agora são positivas e bem elaboradas.
8. Como é que reges a tua vida familiar,
profissional e a tua vida artística?
Resposta:
É bastante complicado conciliar família,
trabalho formal (o que paga as minhas contas), o trabalho de escritora (que não
me rende dinheiro, mas me dá prazer) e também o meu lado leitora (que também me
dá prazer e auxilia em meu trabalho como escritora). Não é todo dia que eu
consigo escrever; mas, sempre que posso, escrevo. Justamente, por causa disso,
não tenho uma estratégia nem planejamento específico. Vou improvisando, me
adaptando ou, como dizem aqui, “levando do jeito que dá”.
9.
O
que é que o futuro reserva a nível de romances?
Resposta: Estou escrevendo um novo romance, cujo nome provisório é “Uma chance
para recomeçar”, mas ainda não sei quando será publicado.
10.
Que
mensagem tens para os leitores portugueses?
Resposta: Eu aprecio muito o povo português, especialmente devido ao seus livros
e artigos, tanto científicos como literários. Infelizmente, esta é minha única
referência da cultura do país, pois nunca fui a Portugal. Aproveito o ensejo
para agradecer a receptividade dos portugueses - em especial ao blog Sofá dos
Livros - ao romance “Entrelace: Caminhos que se cruzam ao acaso”. Espero que
quem não o leu ainda o aprecie tanto quanto os que já leram.
Adorei ser entrevistada no blog Sofá dos Livros!
ResponderEliminarAbraços,
Diana Scarpine.
Eu adorei fazer a entrevista. Obrigada pela disponibilidade.
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