sábado, 23 de fevereiro de 2013

[Opinião] “Entrelace - caminhos que se cruzam ao acaso” de Diana Scarpine (Editora Baraúna)



Sinopse:

Um homem. Uma mulher. Aparentemente desconhecidos, separados por quilômetros de distância, mas unidos pelo amor... Destinos entrelaçados pelo acaso, mas implacavelmente afastados pelo preconceito... Amor e preconceito digladiando-se num profundo e intenso embate... Será o amor capaz de vencer o preconceito? Ou o preconceito será capaz de subjugar o amor presente no coração de uma mulher?

Ficha Técnica:

Autora: Diana Scarpine
ISBN: 978-85-7923-612-9
Formato: 14 x 21
Número de páginas: 660

Opinião:

O livro “Entrelace - caminhos que se cruzam ao acaso” foi-me gentilmente oferecido pela autora Diana Scarpine, com uma linda dedicatória.
Henrique, que todos tratam por Henri, conhece Carol através da Internet e acabam por se envolverem num relacionamento virtual e quando finalmente se encontram o preconceito de Carol faz com que ela acabe um relacionamento de quase três anos.
A história é contada do ponto de vista dos dois personagens principais. Temos assim uma melhor percepção da mente de cada um e dos impedimentos que os separam. A luta interna que cada um tem para conseguir seguir a sua vida é bastante realista e interessante. Ambas as personagens evoluem ao longo da história e isso é bem patente.
Neste livro, Diana Scarpine, alerta para um problema que é global, acontece lá no brasil e aqui em Portugal também já tenho reparado. A dificuldade que as pessoas de cadeiras de rodas têm em se movimentar nas ruas e nos transportes públicos e todo o preconceito e ideias pré-concebidas acerca da vida dessas pessoas. A maioria da população olha para eles e pensa: coitadinho é aleijado e isso é bem patente nas páginas desse romance.
A escrita da Diana é fluída permitindo ao leitor acompanhar com facilidade a história e sem se aborrecer já que o livro é grande. Acabei por ficar viciada ao final de alguns capítulos. Queria saber se Carol acabava por vencer o preconceito e se eles acabavam por se entenderem e acabarem por ceder ao amor que existia entre eles. Os mal-entendidos e as situações caricatas tornam o livro divertido e é muito interessante ler as reacções díspares à uma mesma situação ou a um trocar de olhares.
Nunca fui a Jaquié nem a qualquer cidade do Brasil e fui imediatamente transportada para aquelas ruas e aquele ambiente.
Durante a leitura detectei umas gralhas que passaram para a versão impressa.
Vou agora colocar aqui algumas passagens do livro:
“O rapaz na cadeira de rodas era ele! Era Henri! Eu não podia acreditar. Tudo, de repente, pareceu-me um pesadelo e eu não conseguia me controlar. O nervosismo, a ansiedade, a insegurança tomaram conta de mim, de minha mente, colocando em evidência todo o meu preconceito da forma mais brutal possível:”
“ Retribuição?! Carol fez tudo aquilo, foi legal comigo em retribuição? Eu a consolei, é verdade, mas nunca quis nenhum tipo de retribuição! Pensei que tinha deixado isso BEM claro1 senti-me estranhamente mal quando percebi que todos esses momentos felizes que passei ao lado dela a tarde não tiveram o mesmo sentido para ela! O que era prazer genuíno para mim, não passava de uma mera obrigação para ela, uma espécie de “pagamento de dívida” que, na realidade, nem existia!”

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