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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“1984” de George Orwell


Eu li pela primeira vez este livro quando era adolescente, há muito que o ano de 1984 passara mas o seu conteúdo permanece actual. Nesta era da Internet tudo o que escrevemos é visto e revisto, investigado por computadores em busca de material nocivo. Um pouco à semelhança do que se passa neste livro onde o Big Brother observa os habitantes em busca de comportamentos que o Partido considera errados. Orwell previu assim a Internet  agora com as televisões com câmaras e que se ligam à rede, estaremos a um passo apenas do que ele escreveu. Este pensamento é terrível, mas não longe da realidade.
O regime totalitário não permite sequer que a individualidade, nem o pensamento livre, isto é considerado um crime. Winston trabalha numa secção em que o passado é alterado e até mesmo apagado. Este acaba por começar a questionar tudo.
As personagens que Orwell criou são profundas e repletas daquelas características que nos fazem humanos. São pessoas “reais” com os seus problemas, frustrações e ideais.  O autor coloca-os em situações limite, em que o próprio leitor se sobressalta temendo o que se segue.
Escrito em 1949 pode-se assumir que ele se baseou, um pouco no neonazismo e nos vários países totalitários que abundavam no mundo após a Segunda Guerra Mundial. Levando estas ideologias ao extremo, Orwell conseguiu criar aquele que será o pior pesadelo de uma sociedade. Sem passado, nem presente nem futuro, não tem identidade. não há individualismo nem mesmo pensamento livre, passou-se a ter uma massa homogénea regida por uma série de leis colocadas em prática por um punhado de homens.
Todo o livro tem um tom provocador e rebelde, o que leva a muitas pessoas ficarem desapontadas com o final. Será que Orwell realmente queria que assim fosse, ou pressões editoriais o obrigaram a alterar? Nunca saberemos.
Resta sim uma obra-prima de ficção, que ainda hoje nos faz pensar acerca da liberdade e da vida. Um livro que leio e releio em diferentes épocas e sempre me revela algo novo.