Ontem, dia 07 de Janeiro de 2015, o mundo entrou novamente num estado de choque. Um novo atentado deixou todos parados em frente à televisão e ninguém queria acreditar no que via e nas palavras que os jornalistas diziam. "Charlie Hebdo" tinha sido alvo de um ataque.
Falemos um bocado do jornal e das pessoas que nele trabalhavam. porque estes devem ser lembrados pelo que fizeram e pelas pessoas que eram e não pelo que lhes foi feito.
O "Charlie Hebdo" foi lançado pela primeira vez em 1969 por Georges "Professeur Choron" Bernie e François Cavanna. Começou por ser uma Edição Mensal. Devido à sua irreverência foi banido e foi sempre alvo de criticas, tendo sido encerrado em 1981. Reabriu novamente em 1992 como resposta à Primeira Guerra do Golfo.
A maior controvérsia relacionada com este jornal surgiu a 6 de Fevereiro de 2006 onde, num cartoon satirizaram o profeta Mohamed e os extremistas religiosos. Isto fez com que o mundo árabe acabasse por se manifestar contra o jornal e estes foram alvo de um processo judicial, o qual ganharam. Desde esta altura os cartonistas passaram a ser considerados um simbolo da liberdade de expressão para um grande número de pessoas em todo o mundo.
Em 2011, passam a ser novamente o centro das atenções quando publicaram uma referência à lei Sharia.
Nesse mesmo ano, a redacção do jornal foi atacada com um fogo posto e também o seu site foi alvo de um ataque pirata. Mas isso não os impediu de continuar e o jornal foi tomado como um alvo e tinha recebido imensas ameaças de morte. Mas, nunca cedeu às pressões, mantendo-se fiel aos seus princípios básicos e ideais.
Na edição desta semana o cartoon publicado tem sido tomado como premonitório.
Na Reunião semanal, os cartonistas e jornalistas, foram surpreendidos por dois homens armados que os abateram a tiro, no total, foram assassinadas 12 pessoas e cerca de 10 ficaram feridas, das quais 4 estão em estado grave. entre os mortos encontravam-se os cinco cartonistas, Charb, Cabu, Honoré, Tignou e Woliski, um economista que era sócio do Jornal, Benard Mais, e os dois polícias que guardavam o jornal. Sendo que um destes foi brutalmente executado quando já se encontrava no chão desarmado e ferido de mãos no ar numa situação de rendição.
Charb, como era conhecido Stéphane Charbonier, nascido em 21 de Agosto de 1967, faleceu ontem com 47 anos. Será lembrado pela sua fotografia com o punho erguido no meio dos escombros do "Charlie Hebdo" aquando do incêndio. Ele não temia as represálias de que podia ser alvo.
Cabu, ou melhor Jean Cabut, nascido a 13 de Janeiro de 1938, faria 77 anos para a semana. Foi o autor dos cartoons de Mohamé que foram tão criticados.
Philipe Honoré faleceu aos 74 anos, cartonista deste jornal colaborou com vários outros jornais, como é o caso do le monde.
Tignous é o pseudónimo de Bernard Belhac, o qual faleceu aos 57 anos. Era cartonista no jornal.
Por último temos Georges Wolinski que tinha 80 anos relacionado com a história do "Charlie Hebdo" desde o primeiro momento. Era também um grande nome do mundo dos cartoons.
Estes homens defendiam a liberdade de imprensa e de expressão. Levaram ao limite o seu trabalho para alertar e consciencializar as massas sobre os mais variados tópicos. A sua Coragem e os seus ideais viverão para sempre na nossa memória.
De acordo com o jornal Le Figaro o jornal "Charlie Hebdo" vai sair para a semana.
Aqui o blog vai colocar a imagem negra que tem dominado a internet e as redes sociais de forma permanente. Porque todos nós somos Charlie e todos fomos atacados. O mundo perdeu bons homens que faleceram por partilharem o sonho de fazerem o mundo rir.
Juntemo-nos aos outros cartonistas e jornalistas do mundo em defesa da liberdade de expressão e gritemos bem alto "Je Suis Charlie".
Os doze que faleceram ontem são:
Frédéric Boisseau, 42, building maintenance worker for Sodexo, killed in the lobby
Franck Brinsolaro, 49, police officer, was assigned as a bodyguard for Charb.
Cabu (Jean Cabut) 76, cartoonist
Elsa Cayat, 54, psychoanalyst and columnist
Charb (Stéphane Charbonnier), 47, cartoonist, columnist and editor-in-chief of Charlie Hebdo
Philippe Honoré, 74, cartoonist
Bernard Maris, 68, economist, editor, and columnist
Ahmed Merabet, 42, police officer, shot in the head as he lay wounded on the ground outside. Merabet was a Muslim.
Moustapha Ourad, proofreader
Michel Renaud, 69, ex-journalist, a guest at the meeting
Tignous (Bernard Verlhac), 57, cartoonist
Georges Wolinski, 80, cartoonist
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