Sinopse:
Jean-Luc Champollion é aquilo a
que os franceses chamam um homme à femmes. O encantador proprietário de uma
galeria bem-sucedida ama a arte e a vida, é muito sensível ao encanto das
mulheres, que de bom grado lho retribuem, e vive num dos bairros da moda de
Paris, em perfeita harmonia com o seu fiel dálmata Cézanne. Tudo corre bem até
que, uma da manhã, Jean-Luc encontra no correio um envelope azul, e a sua vida
muda para sempre. A missiva é uma carta de amor, ou melhor, uma das declarações
de amor mais apaixonadas que o galerista já viu, mas não vem assinada: a
misteriosa autora decidiu esconder-se e convida-o a descobrir quem é. Jean-Luc
fica inicialmente confuso, mas decide alinhar. A remetente anónima forneceu-lhe
um endereço de e-mail e desafia-o a responder. Mas a tarefa não é fácil. Em
breve, Jean-Luc tem apenas um objetivo: descobrir a identidade da caprichosa
desconhecida, que parece conhecer muito bem os seus hábitos e gosta de o
provocar incessantemente. Assombrado pelas suas palavras, Jean-Luc segue as
pistas dispersas na correspondência, cada vez mais incapaz de resistir à mais
doce das armadilhas. O objeto da sua paixão existe apenas no papel e na sua
imaginação, mas ele sente conhecer melhor esta mulher do que os quadros
expostos na sua galeria, mesmo que nunca tenha visto o seu rosto. Ou será que
viu?
Um galerista fascinante.
Uma mulher misteriosa.
Uma série de provocantes cartas
de amor.
Nicolas Barreau serve-nos o
romance mais encantador da temporada
Ficha Técnica:
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 216
Editor: Quinta Essência
ISBN: 9789897260513
Opinião:
“Encontras-me no Fim do Mundo”
foi editado no passado dia 4 de Março pela editora Quinta-essência. A capa do
livro salta logo à vista, tal como esta chancela já nos habituou, o design é de
grande qualidade, tornando-o uma obra de arte extremamente apetecível.
O tema central desta história é
muito abordado. Jean-Luc Champollion encontra, certo dia, uma carta de amor na
sua caixa de correio. Quem a escreveu prefere permanecer anónimo, apenas
assinando como Principessa. Todo o
mistério que envolve esta mulher vai alterar a forma como Jean-Luc vê a vida.
Antes desta carta entrar na sua vida, ele era um mulherengo, ou como dizem os
franceses, um hommes à femmes. A
abordagem que Nicolas Barreau a este tema está bastante interessante e o
resultado é um livro que agarra o leitor, quer pelo mistério quer pelo humor
que o autor transmite em certas situações caricatas. O facto de o romance ser
escrito na primeira pessoa dá-nos uma melhor noção dos dilemas e dos
sentimentos do personagem principal.
O romance começa na infância de
Jean-Luc, ou Duc, como lhe chamam os amigos, numa situação que lhe foi
traumática. O próprio personagem inicia assim o seu discurso: “A minha primeira
carta de amor terminou em catástrofe, Eu tinha então quinze anos e cada vez que
via Lucille quase desmaiava de amor.” É a tragédia do primeiro amor que molda o
carácter de Jean-Luc e o torna no bon-vivant que será em adulto.
O livro acaba por ser um pouco
complicado de ler para quem não percebe francês, acaba por colocar a explicação
de seguida no discurso da personagem. Esta técnica é bastante interessante mas
pode afastar compradores que folheiem o livro e não se apercebam desse artifício.
Eu que nunca vivi em Paris
senti-me levada para aqueles cenários românticos da capital francesa que a
tornaram famosa por todo o mundo, pelas descrições simples de Nicolas.
Todas as personagens estão bem trabalhadas e vemos a evolução das mesmas ao longo do romance e vamos conhecendo-as melhor. As particularidades dos compradores da galeria, as neuroses e manias dos artistas.
O final é surpreendente, uma vez que o leitor tenta adivinhar quem é a Principessa e acaba sempre por falhar, porque somos guiados por Jean-Luc e as suas suspeitas. E no final pensamos, como é que não me lembrei disto!
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