1. Como é que te surgiu a ideia para este
livro?
O tema de ‘Percepção’ surgiu num
texto que li numa das muitas pesquisas online,
que continha um pequeno conjunto de explicações sobre os signos, e as susceptibilidades
de algumas pessoas às emoções dos outros.
A ideia dos predadores de emoções
alheias despertou a minha curiosidade e, mais tarde, alarguei o âmbito da
pesquisa e comecei a formar o conceito que se transformou em ‘Percepção’. Atraída
pela possibilidade de juntar Ciência e Paranormal, investiguei o que existia
sobre o tema, e comecei a escrever sobre ele.
2. Como é que te sentiste ao ver o teu livro
editado?
Segurar o meu primeiro livro nas
mãos foi uma experiência emocionante. Assim como, poder partilhar esse momento
e todos os que se seguiram, com as pessoas que fazem parte da minha vida. Tem
sido um orgulho e uma chamada de atenção para tudo aquilo que é possível fazer
se nos predispusermos a trabalhar para isso.
3. Enquanto
escritora estreante, o que achaste da recepção do teu livro pelo público?
Um ano depois, ainda sinto que há
interesse em ler este livro e que a comunidade de leitores, que se agrega no
mundo virtual, tem-lhe prestado bastante atenção. O que, para um autor
estreante, quer dizer alguma coisa.
Não é demais agradecer a todos os
que leram e opinaram sobre ‘Percepção’ pelo que quero aproveitar e deixar aqui
o meu sincero Obrigada.
4. O sobrenatural é algo que te fascine?
O sobrenatural (entendido como aquilo que existe fora das leis da
natureza) e o fantástico (o que só existe na imaginação) são, sem qualquer
margem para dúvida, algo que me fascina.
A Ficção Especulativa, a Fantasia e a Ficção Científica são géneros que
sempre me atraíram. Como leitora, e como escritora, agrada-me a criação de
mundos, o potencial na mistura de ciência e fantasia e a riqueza de vivências
alternativas. Adoro o poder que estes géneros literários têm de nos transportar
para outras realidades, de traçar paralelismos e usar metáforas, de introduzir
alguma magia nesta existência às vezes tão banal.
5. A tua experiência profissional e académica
ajudou-te na concepção do livro?
Acredito que minha experiência académica me proporcionou
algumas ferramentas, a nível pessoal e educacional, que influenciaram a minha
escrita. Foi aí que fui exposta ao estudo dos comportamentos individuais e
sociais dos seres humanos e onde aprendi a teoria que sustenta a pesquisa e a
investigação sociológica.
Quanto à experiência profissional, acho que tem servido para
comprovar tudo aquilo que os manuais escolares debitavam. Todas as experiências
são valiosas quando se escreve com regularidade e, num contexto em que é cada
vez mais difícil gerir a quantidade e diversidade de indivíduos, todas essas
vivências são preciosas para um melhor entendimento da natureza humana.
6. Qual é a tua personagem preferida e porquê?
Sinto um carinho muito especial
por Albert, o descontraído companheiro de casa de Joana. Ele contribuiu
bastante para a paz relativa em que a personagem principal vivia, no início da
história, com a sua personalidade jovial e desregrada. A influência subtil de
Albert, para além da amizade entre eles, ajudava Joana mais do que ela própria tinha
consciência.
7. Quais são os autores que mais te
influenciaram e que mais aprecias?
São vários, os meus autores
favoritos, e fazem parte duma lista em contínuo crescimento: Fernando Pessoa,
Eça de Queirós, J.R.R. Tolkien, Florbela Espanca, Bram Stoker, Oscar Wilde,
J.R. Ward, Luis Sepúlveda, Stephenie Meyer, Laurell K. Hamilton, Richelle Mead,
Nora Roberts, Anne Lamott, entre tantos outros.
Aqui a palavra de ordem é
Diversificar. Adoro misturar géneros e aprofundar temas. As minhas escolhas são
sempre baseadas naquilo que gosto de ler, e no que faz mais sentido para mim,
no momento. Não gosto de constrangimentos, obrigatoriedades ou exclusividades. Aprecio
cada uma delas de forma diferente e escolho-as tanto quanto sou escolhida por
elas.
8. A história passa-se em Londres. Sentes
afinidade com aquela cidade?
Londres terá sempre um cantinho
especial no meu coração. Adoro a cidade, os seus ritmos, recantos e misturas
culturais. Foi o palco perfeito para ‘Percepção’ e foi com enorme prazer que
partilhei algumas das coisas que absorvi nas várias viagens que tive oportunidade
de fazer. É, sem dúvida, uma cidade a visitar.
9. Porquê o título percepção?
No domínio das ciências
cognitivas, ‘percepção’ consiste num conjunto de processos mentais que recebem
e interpretam os estímulos sensoriais fornecidos pelo meio. O indivíduo é uma
conduta que recebe informação do ambiente que o rodeia, assimila esses dados, e
interpreta-os.
É a acção de organizar os inputs, recebidos através dos sentidos,
que nos permite viver em sociedade e agir de acordo com a ideia que fazemos de
cada estímulo a que somos expostos.
A recepção e o uso destes
estímulos são o tema principal deste livro, pelo que o uso do conceito
científico, é adequado para explicar as capacidades sobrenaturais das personagens.
Faz todo o sentido, usar o conceito como título, uma vez que ele é um vislumbre
daquilo que podem encontrar nas suas páginas.
10. Quando vais escrever a segunda parte?
Sem data marcada, mas ainda
durante este ano, voltarei ao Universo de ‘Percepção’. Para já, planeio
continuar a acompanhar os resultados deste primeiro livro, a envolver-me nos
meandros da sua divulgação, e permanecer atenta às opiniões dos leitores. A
pouco mais de um ano da data de publicação tenho recebido feedback no sentido
de dar continuidade a esta história. Espero poder fazê-lo em breve.
Quero agradecer o convite para
esta entrevista. Obrigada Liliana, pela tua simpatia e apoio, e desejo muito
sucesso para ‘O Sofá dos Livros’.
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